GABARITO: ALTERNATIVA B

Estrategista,

O objetivo da banca com essa questão é saber se o candidato entende a diferença de incidência acumulada e densidade de incidência.

Veja bem, a incidência é o número de casos novos de uma doença em relação ao total de expostos, considerando sempre o mesmo espaço geográfico e intervalo de tempo para o numerador e denominador:

Geralmente, multiplicamos o resultado por uma potência de base 10 (uma constante) onde o “n” é a forma como queremos expressar o resultado. Por exemplo, se desejo informar o número de casos para cada 1.000 habitantes, eu multiplico o resultado por 103. Porém, se quero expressar para 100.000 habitantes, multiplico por 106. Geralmente os livros expressam para 100.000 habitantes.

Agora vem o detalhe, o “vôo da coruja”: se a população de expostos for estática, isto é, não se altera ao longo do período de observação, todos os indivíduos acabam por ser observados durante todo o intervalo de tempo. Com isso, todos apresentam o mesmo tempo de observação. Dessa forma, utilizamos a incidência acumulada para o cálculo, como informado acima.

Porém, se a população é dinâmica – isto é, sofre influência de fluxos migratórios - nem todos os indivíduos serão observados por todo o período. Alguns podem deixar a população antes do término da observação, enquanto outros podem chegar na população após a observação ter iniciado. Portanto, os indivíduos expostos apresentarão intervalos de tempo diferentes de observação. Quando isso acontece, temos que lançar “mão” de um outro recurso para o cálculo da incidência; precisamos usar a Taxa de incidência ou Densidade de Incidência. Esse indicador leva em consideração o tempo de observação de cada indivíduo, acrescentando a variável “tempo” no denominador:

Por exemplo, considere que a população de expostos é formada pelos cinco indivíduos abaixo: Zélia, Roberto, José, Maria e Carlos. Observe que o período de observação do início de 2010 até o final de 2013, interrompendo no primeiro dia de 2014 (intervalo de tempo = 4 anos). Veja que:

- Zélia chegou após 1 ano do início da observação, e adoeceu 2 anos depois.

- Roberto adoeceu com 2 anos e meio de observação.

- José adoeceu com 2 anos e meio de observação.

- Maria foi observada pelos quatro anos e não adoeceu.

- Carlos chegou na cidade dois anos após o início da observação e se mudou faltando 4 meses para terminar, o que totalizou 1 ano e 9 meses de observação.

Nesse caso, a incidência é calculada da seguinte forma:

Taxa de Incidência = Número de casos da doença/Número de pessoas observadas x tempo de observação

Veja que o denominador deve levar em consideração o tempo de observação de cada indivíduo. Para isso, basta “somarmos” o tempo de observação individual, o que resultará em 13,75 “pessoas-ano”. Como tivemos 3 adoecimentos, temos:

Taxa de Incidência = 3/13,75 = 0,2 caso para cada pessoa-ano ou 3 casos para cada 13,75 pessoa-ano. Isso significa que a cada 13 pessoas observadas integralmente durante 1 ano, 3 adoeceriam.

Dessa forma: