Um estudo de 1997 que acompanhou 490 mil adultos sugeriu que o consumo moderado de vinho poderia estar associado a uma menor probabilidade de morte por doença cardiovascular. Em pouco tempo, o resveratrol passou a ser apontado como o composto que justificaria esse possível efeito benéfico do vinho, que, na ocasião, não fora identificado em nenhuma outra bebida alcoólica. Análises posteriores, por sua vez, revelaram vieses e problemas metodológicos, apontando inconsistências na afirmação de que o consumo moderado de vinho poderia ser benéfico para a saúde. Sobre o exposto, assinale a alternativa correta.
Questão
SP - Faculdade de Medicina do ABC
2025
Residência (Acesso Direto)
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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A
Seriam necessários estudos observacionais para o estabelecimento de relação causal entre o consumo de uma determinada substância e as alterações no risco cardiovascular.
B
Os trabalhos científicos visam à neutralidade, de modo que a influência econômica e financeira da indústria de bebidas alcoólicas e de grandes adegas e vinícolas em nada poderia interferir na produção de estudos científicos na área da saúde, nem na divulgação seletiva de resultados deles.
C
Um viés que pode não ter sido considerado nos primeiros estudos é o viés de confusão, resultando em uma associação falsa ou distorcida ao não identificar, por exemplo, que pessoas com maior poder aquisitivo tendem a ter maior expectativa de vida e, ao mesmo tempo, a consumir mais vinho, de modo que o aumento da expectativa de vida dessas pessoas possa estar relacionado a condicionantes e determinantes de saúde, e não a uma substância ou intervenção.
D
A hipótese do resveratrol mostra-se plausível, visto que os estudos sobre a substância já superaram a fase de testes laboratoriais in vitro, demonstrando, em humanos, que bastam pequenas quantidades de resveratrol para a proteção do genoma contra agentes oxidantes e, consequente, o aumento da expectativa de vida.