POSSIBILIDADE DE RECURSO

Estrategista, questão que exige que imaginemos o que o examinador quer cobrar, e que poderia ser facilmente anulada pela ausência de informações. Mas vamos aproveitar com a questão para revisar alguns aspectos sobre o diagnóstico da sífilis:

Para o diagnóstico, podem ser feitos exames diretos, que envolvem a pesquisa direta de T. pallidum. Na sífilis recente (primária e secundária), a pesquisa pode ser feita pela microscopia de campo escuro (sensibilidade de 74% a 86%). Quando isso não é possível, a pesquisa do treponema pode ser realizada por imunofluorescência direta, exame de material corado e biópsias. Outro método diagnóstico é a realização dos testes imunológicos, que na prática são os mais utilizados.

Os testes sorológicos fornecem um diagnóstico presuntivo de sífilis. Existem dois tipos de testes sorológicos para sífilis: testes não treponêmicos e testes específicos para treponema. O uso de apenas um teste é insuficiente para o diagnóstico, pois testes sorológicos (especialmente testes não treponêmicos) podem estar associados a resultados falso-positivos.

Testes treponêmico: Detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos do T. pallidum. São os mais sensíveis e os primeiros a se tornarem reagentes, sendo importantes para a confirmação do diagnóstico. Na maioria das vezes, permanecem positivos mesmo após o tratamento pelo resto da vida do paciente; por isso, não são indicados para o monitoramento da resposta ao tratamento. O teste treponêmico mais utilizado é o FTA-abs, mas temos também o teste rápido.

Testes não treponêmicos: Detectam anticorpos não específicos (há risco portanto de falsos negativos) anticardiolipina para os antígenos do T. pallidum, e podem ser qualitativos ou quantitativos. Tornam-se reagentes cerca de uma a três semanas após o aparecimento do cancro duro. O teste qualitativo indica a presença ou ausência de anticorpo na amostra. O teste quantitativo permite a titulação de anticorpos. O resultado deve ser expresso em títulos (1:2, 1:4, 1:64, entre outros), sendo importante para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento, porquanto a queda do título é indicação de sucesso terapêutico. O RPR e o VDRL se tratam de exemplos de testes não treponêmicos.

O melhor exame para diagnóstico da sífilis depende basicamente da fase clínica da doença, por exemplo na sífilis terciária, não podemos lançar mão da microscopia em campo escuro, assim como na primária testes não treponêmicos tem pouca utilidade, por isso considero a questão muito mal feita e que poderia sim ser anulada.