GABARITO: ALTERNATIVA D

As fístulas anorretais são a evolução natural dos abscessos criptoglandulares perirretais. Quando há drenagem espontânea, ou até mesmo cirúrgica do abscesso, pode haver a formação de um trajeto epitelizado que conecta o ânus ou reto à pele da região perianal - é a fístula anorretal.

As fístulas podem ser classificadas, de acordo com seu trajeto, em relação aos esfíncteres anais, conforme descrito por Parks e col:

• Interesfincterianas (45%): A fístula começa na linha denteada e termina na borda anal, acompanhando o plano interesfincteriano, entre os esfíncteres anal interno e externo, e desemboca na pele da região perianal.

• Transesfincterianas (30%): A fístula atravessa o plano entre os esfíncteres interno e externo até a fossa isquiorretal, terminando na pele sobre a nádega.

• Supraesfincterianas (20%): A fístula se origina na cripta anal e circunda todo o aparelho esfincteriano; atravessa então o músculo elevador do ânus e termina na fossa isquiorretal.

• Extraesfincterianas (5%): São fístulas com origem mais alta, habitualmente localizada em posição proximal à linha denteada. Essas fístulas ultrapassam o complexo elevador, externamente aos esfíncteres anais e habitualmente terminam sobre a pele da nádega.

• As fístulas submucosas não fazem parte da classificação original de Parks. Estas, não comprometem os esfíncteres anais.

As fístulas também podem ser classificadas como simples ou complexas. As fístulas simples incluem os trajetos interesfincterianos e os transesfincterianos baixos. As fístulas complexas englobam todas as fístulas que envolvem mais de 30% dos músculos do complexo esfincteriano, como as fístulas supra-esfincterianas, extraesfincterianas e transesfincterianas altas; fístulas com múltiplos trajetos; fístulas relacionadas à doença inflamatória intestinal, radiação ou malignidade; fístulas relacionadas a doenças infecciosas; mulheres com fístulas anteriores e as fístulas em ferradura. As fístulas complexas são de difícil tratamento, e apresentam risco elevado de evolução para incontinência anal após a terapia cirúrgica. Dessa forma, entre as alternativas, àquela que contém uma fístula complexa e que, portanto, apresenta maior risco de incontinência pós-operatória é a fístula supra-elevadora.