GABARITO: ALTERNATIVA A

A hepatite fulminante, também chamada de insuficiência hepática aguda se caracteriza por uma lesão hepática aguda grave que evolui com encefalopatia hepática e prolongamento do tempo de protrombina (INR ≥ 1,5).

Além dos sinais e sintomas típicos da encefalopatia, os pacientes também podem apresentar: fadiga, mal-estar, letargia, anorexia, náuseas, vômitos, dor no quadrante superior direito, prurido, icterícia, ascite, taquicardia, hipotensão, febre, acidose metabólica, edema cerebral e insuficiência renal.

O edema cerebral pode causar aumento da pressão intracraniana, que é a principal causa de morte dos pacientes com hepatite fulminante. Esse edema é clinicamente aparente quando a pressão intracraniana é maior que 30 mmhg e é mais comum nos pacientes com encefalopatia graus III, IV e V.

Interessante comentar que 30 a 40% dos pacientes evoluem com insuficiência renal. O edema pulmonar e as infecções pulmonares estão presentes em 30% dos pacientes.

Aproximadamente 55% dos pacientes com hepatite fulminante sobrevivem sem a necessidade de transplante. Após o transplante a taxa de sobrevida é de 80% em 1 ano.

Os critérios do King’s college são usados para indicar o transplante nos casos de hepatite fulminante. Esses critérios estão listados abaixo.

Critérios do King's College

Indivíduos que ingeriram paracetamol:

a) pH do sangue arterial < 7,3 (independente do grau de encefalopatia)

b) TPT maior que 100 segundos ou INR > 6,5 e concentração de creatinine sérica > 3,4 mg/dl em pacientes com encefalopatia III ou IV

Sem ingestão de paracetamol :

a) TPT maior que 100 segundos ou INR > 6,5 (independente do grau de encefalopatia) ou;

OU 3 das seguintes variáveis

I – idade < 10 ou > 40 anos

II – Causas: halotano, hepatite de outra etiologia que os vírus A ou B, reações farmacológicas idiossincrásicas.

III – duração da icetrícia > 7 dias antes do início da encefalopatia

IV – TPT > 50 segundos, INR > 3,5 e

V – concentração de bilirrubina > 1,7,5 mg/dl

Adaptado de Tratado de Gastroenterologia. Da graduação à pós-graduação, 2016.

Em geral, os principais fatores prognósticos na hepatite fulminante são: grau de encefalopatia, idade e etiologia. Pacientes com hepatite fulminante por hepatite A e paracetamol têm melhor prognóstico.

Os seguintes fatores se associam a pior prognóstico (menor chance de melhora espontânea) na insuficiência hepática aguda:

• Grau da encefalopatia: quanto maior o grau pior o prognóstico.

• Idade < 10 anos e > 40 anos.

• Etiologia: hepatite B, hepatite autoimune, doença de Wilson, síndrome de Budd-Chiari e câncer