GABARITO: ALTERNATIVA A

As hepatites virais A e E são transmitidas por via oral-fecal. Há 4 genótipos do vírus da hepatite E. Os genótipos 1 e 2 são transmitidos principalmente por ingestão de água ou alimento contaminado. Já os genótipos 3 e 4 são transmitidos por ingestão de carne mal cozida, principalmente de suínos.

A hepatite E aguda pode se apresentar sem sintomas ou com sintomas típicos, como: icterícia, colúria, acolia fecal, febre, diarreia, náuseas, vômitos, prurido, rash cutâneo e hepatomegalia. Os pacientes infectados pelos genótipos tipo 3 e 4 podem apresentar sintomas extra-hepáticos, como: hemólise, anemia aplásica, tireoidite, glomerulonefrite, pancreatite, mielite transversa, meningoencefalite, meningite, pseudotumor cerebral, síndrome de Guillain-Barré, paralisia de nervos cranianos e neuropatia periférica.

A hepatite E pode cronificar. Essa condição ocorre principalmente em imunodeprimidos (pacientes com HIV ou transplantados) infectados pelos genótipos 3 e 4, podendo evoluir até mesmo com cirrose. Em regiões endêmicas, mulheres grávidas infectadas pelos genótipos 1 e 2 possuem risco maior de hepatite fulminante, principalmente se a infecção ocorrer no terceiro trimestre de gestação.

Devemos pensar em hepatite E em todo paciente com sintomas típicos de hepatite aguda, com sorologias negativas para hepatites A, B e C e nos indivíduos que viajaram para áreas endêmicas (Ásia, África e Oriente Médio). O diagnóstico é feito com o achado de Anti-HEV IgM positivo.

A principal via de transmissão da hepatite A é por via oral-fecal, por ingestão de água ou alimento contaminado ou a partir de contato interpessoal. Também pode ser transmitida por via parenteral e sexual (principalmente em homossexuais do sexo masculino). Sendo assim, a doença é mais comum em locais com precárias condições de saneamento básico e higiene.

Os pacientes com hepatite A podem se apresentar sem sintomas, com sintomas inespecíficos simulando uma gripe ou uma gastroenterite ou com os sintomas típicos (icterícia, colúria, prurido e acolia fecal). Apenas 5 a 10% das crianças apresentam icterícia, enquanto nos adultos, 70 a 80% possuem esse achado.

A presença do Anti-HAV IgM positivo confirma a hepatite A aguda. Já a presença do anti-HAV IgG positivo indica que o paciente já teve hepatite A ou foi vacinado. Os principais achados laboratoriais estão listados abaixo. Alterações loboratoriais:

Transaminases: Aumentadas (podem estar > 10 vezes o limite superior da normalidade)
Bilirrubinas: Geralmente > 10 vezes o limite da normalidade
Fosfatase alcalina: < 400 UI/L
Hemograma completo: Leucopenia e linfocitose com linfócitos atípicos

O tratamento consiste em repouso, uso de antitérmicos e antieméticos. A grande maioria dos pacientes evoluem com melhora espontânea. Os pacientes também não deve usar medicamentos hepatotóxicos e devem evitar o consumo de álcool por 6 meses.