GABARITO: ALTERNATIVA C.

Caro Estrategista, depois da hipoglicemia, a hipocalcemia é o distúrbio metabólico mais comum no período neonatal.

O cálcio é essencial para a manutenção do metabolismo e é regulado pelo paratormônio e o calcitriol.

Apesar de, durante o período gestacional, principalmente no terceiro trimestre, ocorrer uma boa passagem dele pela placenta, seus níveis tendem a declinar durante a primeira semana de vida. Com essa queda, aumentam os níveis de paratormônio (PTH) pela paratireoide que mobiliza o cálcio e fósforo dos ossos e a reabsorção no túbulo renal. Associado ao início da ingesta de leite materno, os níveis dos minerais tendem a se normalizar.

A exposição solar também auxilia na manutenção, ao sintetizar a vitamina D, precursora do calcitriol (1,25 OH2 D) que aumenta a absorção intestinal e a mobilização óssea do cálcio e do fosfato.

Em contrapartida, temos a calcitonina, produzida pelas células T da tireoide, que frente ao excesso de cálcio sérico ou em situações de estresse, retira-o da circulação e deposita-o na matriz óssea.

Em neonatos a termo, a hipocalcemia é definida como concentração sérica de cálcio menor que 8mg/dL ou de cálcio ionizado menor que 4mg/dL. Em prematuros, cálcio sérico menor que 7mg/dL.

A hipocalcemia precoce é aquela que ocorre nos três primeiros dias de vida e pode ser causada por:

- Prematuridade. A passagem do cálcio pela placenta é máxima no terceiro trimestre, além disso, o declínio de cálcio pós-natal é maior quanto menor a idade gestacional e há menor resposta ao paratormônio.

- Filhos de mães diabéticas. Hipercalcitoninemia, hipoparatireoidismo reflexo e metabolismo anormal da vitamina D no neonato são possíveis fontes do distúrbio, mas a etiologia permanece controversa.

- Baixo peso ao nascer e restrição de crescimento intrauterino. Para tentar compensar uma deficiência de crescimento, há uma elevação da calcitonina sérica.

- Estresse neonatal, como asfixia, sepse e procedimentos cirúrgico. Por um nível elevado de calcitonina sérica, estimulado pelo cortisol e catecolaminas.

- Congênita. Pela ausência das paratireoides, como na sequência de DiGeorge (malformações em face e cardíacas, ausência de timo, paratireoides, atraso pondero-estatural e do desenvolvimento neuropsicomotor).

A hipocalcemia tardia ocorre após esse período e é mais frequente em neonatos a termo. Suas causas são:

- Hipoparatireoidismo congênito.

- Insuficiência renal e uso de diuréticos.

- Deficiência de vitamina D materna, congênita ou adquirida.