GABARITO: ALTERNATIVA D

Estrategista,

Veja que as doenças infecciosas fazem parte do campo de estudo da Epidemiologia, pois essa ciência se encarrega de adquirir conhecimentos sobre as formas de transmissão com o objetivo de traçar medidas de controle. Por isso, não é incomum encontrarmos questões sobre essas doenças no bloco de Medicina Preventiva.

A banca traz uma questão sobre a dengue e pergunta a medida mais eficaz no controle dessa doença.

A dengue é uma doença infecciosa causada por um flavivírus, porém não é uma doença “que passa de uma pessoa para outra” (isto é, não é contagiosa). É necessário que um vetor faça esse “transporte” do vírus. Essa característica determina, portanto, quais medidas serão efetivas no controle dessa doença.

Uma dessas medidas é o controle vetorial, que consiste em controlar ou reduzir de forma significativa a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o principal vetor da doença. Como esse artrópode se prolifera em focos de água parada, a vigilância epidemiológica tem realizado um trabalho intenso com a população de áreas endêmicas, no sentido de conscientizar os cidadãos sobre a importância de eliminar esses focos. Em teoria, todos os focos possíveis dentro de uma residência (ou nos arredores) devem ser eliminados, como pneus velhos expostos ao ar livre, garrafas de água com a boca voltada para cima, pratos que servem de amparo para plantas, entre outros, uma vez que esses objetos podem acumular água, principalmente as que são oriundas de chuvas.

Na questão acima, a banca pede a alternativa correta. Portanto:

Incorreta a alternativa “A” porque, como dito no texto introdutório, a dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, necessitando de um vetor para realizar o transporte do vírus. Logo, não faz sentido isolar os doentes.

Incorreta a alternativa “B” porque a vacina da dengue disponível no mercado (dengvaxia®) possui baixa eficácia e não é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde. Além disso, a vacina chegou a ser liberada pela ANVISA para uso em indivíduos com idade entre 9 e 45 anos, porém a agência reguladora voltou atrás, retirando do público-alvo aqueles que nunca tiveram dengue. Isso porque a vacina foi associada a eventos adversos graves nesses indivíduos. Portanto, a imunização ainda não é uma medida de controle eficaz.

Incorreta a alternativa “C”. O período de transmissibilidade da dengue inicia um dia antes do início dos sintomas e vai até (aproximadamente) até o sexto dia da doença. O tratamento é realizado apenas com medidas de suporte, não sendo possível “encurtar” o período de viremia. Dessa forma, a melhor medida de prevenção ainda é o controle vetorial.

Correta a alternativa “D” porque o controle da densidade populacional do vetor é a medida mais eficaz, no momento, para o controle da doença.

Incorreta a alternativa “E”. Uma pessoa com dengue, ao viajar de uma área endêmica (cidade A) para uma área sem casos da doença (cidade B), até pode ser introduzir o vírus na nova área. Porém, para que isso aconteça, é necessário que o vetor da dengue (Aedes aegypti) tenha densidade populacional adequada na cidade B. Logo, o controle do vetor ainda é a medida mais eficaz.

Gabarito: Alternativa “D”.

Observação importante: O gabarito original dessa questão é letra B – vacinação dos imunes. A questão é de 2016, época em que a vacina contra a dengue ainda era indicada para quem ainda não tinha tido a doença. Porém, a ANVISA restringiu a indicação da vacina após relatos de eventos adversos graves nessa população. Por isso, o time de Preventiva indica a alternativa “D” como gabarito.