GABARITO: ALTERNATIVA C

Estrategista, questão direta sobre marcador tumoral! Essa tem que ser medular!

O carcinoma hepatocelular (CHC) representa 90% das neoplasias malignas primárias do fígado. Acomete preferencialmente homens, numa proporção de 2 a 8:1, com incidência maior entre a 6ª e 7ª décadas de vida.

O principal fator de risco para o surgimento do CHC é a presença de cirrose, independente da etiologia, incluindo hepatites virais B e C, álcool, hemocromatose e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Importante lembrar que a hepatite B é fator de risco importante para o aparecimento do CHC mesmo sem fibrose avançada ou cirrose, pelas características oncogênicas do vírus!

Estima-se que pacientes com cirrose hepática tenham risco de desenvolver CHC de 20% em 5 anos, com elevada mortalidade e impacto na qualidade de vida.

Em pacientes com risco de desenvolver CHC, deve-se realizar rastreamento com ultrassonografia de abdome e dosagem da alfafetoproteína (AFP) a cada 6 meses. Valores de AFP acima de 400-500 ng/mL são considerados específicos para o CHC, com especificidade de 95%. Entretanto, atenção, valores normais de AFP não excluem o diagnóstico de CHC, já que até 40% dos tumores não produzem o marcador.

O diagnóstico pode ser feito a partir das alterações compatíveis em exame de imagem com estudo dinâmico, geralmente Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Nuclear Magnética (RNM), não sendo necessária, na maioria das vezes, confirmação por biópsia. Essas alterações são captação do contraste venoso na fase arterial, com “wash-out” (lavagem) na fase portal e tardia. A biópsia do tumor vai ser reservada para casos de dúvida diagnóstica.

Além das particularidades do próprio tumor, a função hepática tem impacto importante na sobrevida e na abordagem terapêutica.