Fala, Coruja!

Questão bonita da USP-RP sobre dislipidemia na infância. Vamos analisar alguns pontos importantes do enunciado:

Pai jovem com dislipidemia;
A criança não é obesa;
A glicemia de jejum e os triglicérides melhoraram bastante com MEV, mas o colesterol não. Ou seja, a adesão às mudanças de estilo de vida realmente aconteceram!

Concorda que isso aponta para um possível defeito genético que provoca dislipidemia?
É bem possível que estejamos diante de um caso de hipercolesterolemia familiar, um importante fator de risco para doenças cardiovasculares precoces!

Sei que na pediatria nós tendemos a ser menos invasivos com tratamentos e dar mais chances para mudanças no estilo de vida. Isso vale para obesidade exógena, hipertensão e resistência à insulina.
No entanto, essa situação é diferente, pois o risco cardiovascular dessa paciente é significativamente mais alto do que da população em geral por conta da hipercolesterolemia familiar.

Considerando isso, vamos dar uma olhada nas indicações de tratamento medicamentoso para dislipidemia:

E quais são esses fatores de risco?

Pois é! Temos uma criança com HF positiva para hipercolesterolemia familiar, uma condição de alto risco!
Sabendo disso, a criança tem LDL acima de 190 e já realizou medidas comportamentais, mas não tivemos sucesso!

Portanto tem indicação de terapia medicamentosa. Como o problema é com o colesterol LDL, a primeira linha de tratamento é com estatinas. As preferidas são: atorvastatina e pravastatina.
Em geral, o tratamento medicamentoso não deve ser iniciado antes dos 10 anos em meninos e antes da menarca nas meninas, devendo-se aguardar o estágio puberal de Tanner igual ou maior que II. No entanto, crianças com dislipidemias familiares graves devem ser avaliadas de forma individualizada em relação à idade de início, ponderando-se os riscos e os benefícios do tratamento medicamentoso precoce.

Vamos ver as alternativas?