Uma mulher de 42 anos foi vítima de queimadura por chama após explosão em posto de combustível. Trazida pela unidade avançada do SAMU, em prancha longa e com colar cervical. Ao exame físico apresentava queimadura em toda a face e pescoço, com hiperemia e sem bolhas. Tinha também chamuscamento de sobrancelhas, vibrissas, cílios e cabelos. Ao falar, não apresentava rouquidão, estridor ou evidência de queimadura em orofaringe, mas sua fala era ofegante. A saturação de oxigênio em cateter de O₂ 6L/min era de 92% e os movimentos inspiratórios eram curtos e executados com dificuldade. Ao exame físico do tronco apresentava queimadura de aspecto esbranquiçado e sem bolhas em todo o tórax e em porção anterior do abdome. Na face anterior dos quatro membros, haviam lesões hiperêmicas, moderadamente dolorosas e que não esbranqueciam à digitopressão, todas com bolhas rotas.
A partir do caso clínico acima, julgue os itens a seguir:
I. A presença de chamuscamento de vibrissas e sobrancelhas associado à taquipnéia e baixa saturação de O₂, indica claramente o acometimento de vias aéreas superiores. Considerando-se o caso acima, essa é a causa mais provável do desconforto respiratório.
II. A queimadura dos membros, nesse caso, é compatível com uma lesão de segundo grau e perfaz uma superfície corpórea queimada de aproximadamente 27%.
III. Essa paciente apresenta mais de uma indicação formal de atendimento em um centro de terapia especializado em queimaduras.
IV. O tratamento definitivo para as áreas queimadas nos membros não necessita de cirurgia, afinal, tratam-se de lesões de 2º grau.
V. As queimaduras descritas em face e pescoço não devem ser incluídas no cálculo de reposição volêmica nesse caso.
Estão corretas as alternativas: