Em um município de 5.000 habitantes, existe somente uma unidade de saúde da família com duas equipes. Devido à falta de disponibilização de outros serviços na comunidade, a unidade básica de saúde (UBS) realiza todo o tipo de atendimento: desde consultas programáticas até às de urgência e de emergência. Por conta disso, o horário de funcionamento da UBS fica estendido e as duas médicas da unidade, Maria e Kelly, se revezam nos horários de atendimento, de modo que fique pelo menos um médico durante todo o período de funcionamento da unidade. Com um novo aumento de casos de síndrome respiratória, o atendimento triplicou na unidade e, para corroborar, Maria foi afastada por covid-19, ficando Kelly sozinha por uma semana para realizar todos os atendimentos prioritários. No final da quinta-feira daquela semana, o paciente Jorge chega para sua consulta agendada devido a uma dor no pé que já dura 3 meses. Ele aguardava a consulta há 2 meses, que sempre era remarcada devido aos casos graves que chegavam na unidade e que precisavam ser atendidos com maior prioridade e transferidos de unidade. Ao chegar ao balcão, a recepcionista informa a Jorge que a consulta terá que ser novamente remarcada, visto que a Dr.a Kelly ainda irá realizar o atendimento de 5 pacientes com sintomas gripais e que, portanto, não conseguirá atendê-lo. Ele, chateado e com dor, fala que não sairá da unidade até conversar com a médica, visto que já será a quarta vez que sua consulta será remarcada. Dr.a Kelly estava no corredor e ouviu Jorge argumentar. Ela vai em direção dele e pergunta se ele não se importa com as pessoas com covid-19. Diz que, se ele esperou 3 meses, pode esperar mais 1 dia, que não vai morrer pela dor. Jorge, constrangido, pede desculpas e sai da unidade.
Considerando que, nessa situação hipotética, a atitude de Kelly com o paciente pode ser derivada de sua sobrecarga de trabalho, assinale a alternativa que apresenta em que nível de prevenção se enquadrariam as ações de saúde para evitar burnout médico.