A obesidade é uma doença complexa, que envolve fatores genéticos, ambientais e biológicos, em que o balanço energético positivo leva ao ganho ponderal por meio do acúmulo de gordura. É considerada um dos maiores problemas públicos de saúde, uma vez que se associa a maior morbimortalidade e sua prevalência tem aumentado de forma alarmante em todo o mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos. Segundo dados do Vigitel de 2019, que consiste em um sistema de vigilância de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, feito por meio de inquéritos telefônicos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 55,4% da população brasileira encontrava-se acima do peso, sendo 20,3% constituídos por indivíduos obesos, sem diferença significativa entre homens e mulheres.

Para classificar o status nutricional de um indivíduo, a ferramenta mais utilizada é o IMC (índice de massa corporal) no qual temos a divisão do peso (em kg) pela altura (em cm) ao quadrado, tendo os possíveis resultados:

O tratamento não medicamentoso da obesidade se baseia na readequação alimentar, na atividade física e em terapias cognitivocomportamentais. Os três pontos são importantes durante o acompanhamento do paciente, pois a perda de peso está relacionada à instituição de balanço energético negativo

O tratamento farmacológico da obesidade deve ser considerado quando há falha em perder peso com o tratamento não farmacológico por 3-6 meses e

• IMC ≥ 30 kg/m2 ;

• IMC ≥ 27 kg/m2 , na presença de comorbidades modificáveis pela perda de peso;

• IMC < 25 kg/m2 , porém, com aumento de circunferência abdominal* e presença de comorbidades associadas à obesidade ou à síndrome metabólica (obesos viscerais).

E quais são as principais comorbidades associadas à obesidade?

- Cardiovasculares: Hipertensão, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, hipertrofia de ventrículo esquerdo, doença varicosa, doenças tromboembólicas

- Pulmonares: Apneia do sono, asma, síndrome da hipoventilação (Pickwick)

- Gastrointestinais: Doença do refluxo gastroesofágico, esteatose hepática, colelitiase, pancreatite

- Urogenitais: Síndrome dos ovários policísticos, doença renal crônica, infertilidade, disfunção erétil

- Endocrino-Metabólicas: Diabetes, hirsutismo, dislipidemia (↓ HDL, ↑ triglicerídeos, LDL pequena e densa)

- Psiquiátricas: depressão

- Neoplásicas: aumento da incidência de câncer de mama, endométrio, rim, próstata, vesícula biliar, pâncreas, estômago, esôfago e cólon.