Vamos aproveitar essa questão para revisar esse tema importante em cirurgia, que é a síndrome compartimental abdominal.

A pressão intra-abdominal fisiológica varia de 5 a 7 mmHg e é diretamente afetada pelo índice de massa corporal (IMC): pacientes com obesidade mórbida e gestantes têm valores de pressão intra-abdominal mais elevados, podendo chegar de 10 a 15 mmHg.

Consideramos que o paciente está com hipertensão intra-abdominal quando a pressão dentro da cavidade abdominal é ≥ 12 mmHg.

Esse é o valor que usaremos como referência para dizer que o paciente apresenta uma pressão intra-abdominal inapropriada.

Outro conceito importante é a pressão de perfusão abdominal. Ela é calculada pela diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão intra-abdominal (PIA):

Pressão de perfusão abdominal (PPA)= PAM - PIA

O aumento da pressão intra-abdominal ocasiona uma diminuição da pressão de perfusão abdominal devido à diminuição do fluxo sanguíneo para as vísceras abdominais. Podemos utilizar a pressão de perfusão abdominal como parâmetro prognóstico no tratamento da hipertensão intra-abdominal e da síndrome compartimental abdominal.

Então, como definimos a síndrome compartimental abdominal?

A síndrome compartimental abdominal (SCA) é definida como um aumento sustentado da pressão intra-abdominal > 20 mmHg (com ou sem uma pressão de perfusão abdominal < 60 mmHg) levado à redução da PPA e a uma disfunção orgânica nova.

Em resumo:

Para o diagnóstico de hipertensão intra-abdominal É NECESSÁRIA A MEDIÇÃO DA PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL.

A técnica mais empregada para medição da pressão intra-abdominal é A MEDIÇÃO DA PRESSÃO INTRAVESICAL, através da sonda vesical de demora.

A classificação mais utilizada para graduar a hipertensão intra-abdominal é a da World Society of the Abdominal Compartment Syndrome (WSACS): Na tabela abaixo, está a conduta na hipertensão intra-abdominal e SCA:

Portanto, como vimos, o gabarito se encontra na alternativa "D".

Gabarito: alternativa D.