GABARITO: ALTERNATIVA E

Corujas, tema de clínica médica ou medicina tropical, uma doença muito prevalente no Brasil. Vamos relembrar?

A Tripanossomíase Americana, também conhecida como Doença de Chagas, é uma condição infecciosa aguda e crônica causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão da doença de Chagas pode ocorrer de diferentes formas, sendo elas:

- contato com fezes/e ou urina de triatomíneos hematófagos (insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, chupança, etc.), por via direta (vetorial);

- ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados;

- via materno-fetal;

- transfusão de sangue ou transplante de órgãos;

- acidentes laboratoriais, pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado.

- transmissão sexual, demonstrado que é possível em animais e possivelmente em humanos.

No Brasil, estimatima-se que o há entre 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas por T. cruzi.

Fisiopatologia: Após exposição, compreende-se um período de incubação de 1 a 2 semanas (na transmissão oral este período varia de 3 a 22 dias), dando início a fase aguda, com duração em média de 8 a 12 semanas. Clinicamente observa-se síndrome febril prolongada relacionada à elevada parasitemia, e até mesmo quadros assintomáticos ou oligossintomáticos. Em alguns casos, pode haver comprometimento cardíaco e do sistema nervoso central.

Na fase crônica, estima-se que de 10 a 30% dos pacientes evoluem para a forma sintomática. Os anticorpos circulantes e a parasitemia não são mais detectáveis, e inclui a forma indeterminada (sem acometimento clínico ou sintomas) e as formas determinadas, com expressão cardíaca, digestiva, ou cardiodigestivas, além de outras menos comuns, como a neurológica, tendo como sinais clínicos mais sugestivos o megacólon e a cardiomegalia.

Tratamento: Para o tratamento etiológico da doença de Chagas em qualquer fase, há dois medicamentos principais: benznidazol, no geral, como primeira escolha nas fases agudas e o nifurtimox. Ambos são efetivos em reduzir a duração e a gravidade clínica da doença durante a fase aguda. Já na fase crônica, deve-se avaliar o uso de medicações devido a consolidação das alterações encontradas e seus efeitos colaterais.