GABARITO: ALTERNATIVA B

O que o examinador quer saber com esta pergunta?

Conceitos básicos sobre consolidação óssea.

O que é importante saber:

Fases da consolidação óssea:

A fase mais importante da qual você precisa se lembrar é a inflamatória:

Logo após a fratura, ocorre a formação do hematoma fraturário, geralmente abaixo do periósteo, pelo rompimento dos vasos. Em fraturas mais graves, ocorre perda do periósteo – e, com isso, maior dificuldade de formar este hematoma fraturário e, portanto, maior dificuldade de consolidação. O periósteo é extremamente importante para a saúde dos fragmentos.

A queda da pressão de oxigênio nesta região leva a neoangiogênese, e um processo inflamatório se instala, com convocação de fibroblastos, condroblastos e células osteoprogenitoras, entre outras.

Agora, vejamos os fatores que influenciam a consolidação óssea:

Existem fatores que aceleram e fatores que retardam a consolidação óssea.

Vamos entender quais são eles, por meio deste mnemônico:

Fatores que aceleram: Car CreSH.

Car: Carga. A carga é tão importante para o crescimento ósseo, que o principal objetivo após uma cirurgia ortopédica por fratura é colocar o paciente para andar e sustentar carga.

Cre: Crescimento.

S: Sol. Ao promover a conversão de colesterol em vitamina D na pele, ele é essencial para o metabolismo e a formação óssea.

H: Hormônios. Todos os hormônios anabólicos (GH, tireoidianos, insulina, testosterona).

Fatores que retardam: Ta ADIAnti.

Ta: o bom e velho tabagismo. Além de influenciar diretamente no metabolismo ósseo, por agir nos osteoclastos, o tabagismo também compromete o suprimento vascular do osso em reconstrução. É o principal fator de atraso de consolidação.

A: Anormalidades ósseas: osso doente, como osteomalácia, doença de Paget, infecções ou neoplasias.

D: todos os déficits que você pensar: deficiência de vitamina D, deficiência de hormônios, deficiência de substância óssea, deficiência de estabilidade ou de nutrição vascular no foco de fratura.

I: Idade. A senilidade atrasa a consolidação óssea por alterações genéticas e metabólicas.

DI: Diabetes (aproveitando a sílaba do DI).

Anti: Anti-inflamatórios, hormonais ou não.

Por fim, vale lembrar que existem alguns requisitos ortopédicos para a consolidação óssea após a fixação cirúrgica ou imobilização gessada.

- Contato ósseo: o contato entre os fragmentos permite a formação do calo ósseo e a consolidação. Este contato pode ser conseguido através de redução anatômica (quando todos os fragmentos são reduzidos às suas posições originais e fixados) ou redução funcional (quando o eixo mecânico do osso é preservado, mas os fragmentos não necessariamente estão em suas posições originais).

- Estabilidade da fratura: pode ser desejável, ou não, mobilização do foco de fratura. Quando se considera estabilidade absoluta, é imperativo que a fratura não se mexa. Neste caso, a consolidação ocorrerá sem formação de calo ósseo. É a indicada para fraturas simples, transversas ou oblíquas, e fraturas articulares. Por outro lado, na estabilidade relativa, há movimento entre os fragmentos e maior formação de calo. É a técnica indicada para fraturas cominutas e pode ser usada em fraturas diafisárias, mas não em fraturas articulares. Uma fratura excessivamente instável, porém, não conseguirá consolidar.

- Vascularização: a vascularização é essencial para a consolidação óssea e, sem ela, evolui-se para pseudoartrose.

Princípios da osteossíntese

Há duas premissas básicas na osteossíntese de fraturas: estabilidade absoluta ou estabilidade relativa.

Fraturas articulares necessitam de estabilidade absoluta, pois nenhum desvio é aceitável.

Fraturas diafisárias toleram um certo grau de desvio, então, estabilidade relativa, com formação de calo ósseo, é aceitável.

Estabilidade absoluta:

A estabilidade absoluta implica: redução anatômica do foco de fratura; compressão interfragmentária; e síntese rígida. Existem diversas técnicas para se obter a estabilidade absoluta, sendo a mais frequente o uso de placas e parafusos.

Discussão das alternativas: