Um paciente de 45 anos procurou o pronto-socorro de hospital terciário, que tem todos os recursos diagnósticos e terapêuticos disponíveis, com dor abdominal há aproximadamente 24 horas, tipo pontada. A dor inicialmente era em região infraumbilical e de pequena intensidade. Tornou-se progressivamente mais intensa, passando a irradiarse para o tórax e para o ombro direito. Negava outros fatores concomitantes. Estava em bom estado geral, mas tinha alteração do pulso, que tinha frequência de 120 bpm. O abdome era doloroso difusamente à palpação profunda, com sinal de Jobert presente, mas sem sinais de irritação peritoneal. Negava antecedentes médicos relevantes. Negava laparotomia, tabagismo, uso de medicações ou drogas ilícitas. Referia apenas ingesta alcoólica habitual (cerca de 20 g de álcool etílico/dia). Dos exames de laboratório solicitados, apenas o leucograma estava alterado: 17.580 leucócitos/mm³, sem desvio à esquerda. As radiografias, ilustradas a seguir, mostraram pneumoperitônio de grandes proporções. Foi indicada laparotomia exploradora. Na abertura da cavidade abdominal (incisão mediana), identificou-se saída de grande quantidade de gás, logo após a incisão do peritônio. Não se achou contaminação, nem líquido entérico. No inventário da cavidade, procedeu-se à inspeção e palpação de todos os órgãos, incluindo diafragma, estômago (foi explorada a retrocavidade dos epíplons), duodeno (após manobra de Kocher), intestino delgado e grosso (após descolamento de ambas as goteiras parietocólicas). Nenhuma alteração foi encontrada. Por fim, através da sonda nasogástrica, foi insuflado ar no estômago e não ocorreu escape aéreo. Foi ainda injetado azul de metileno, que também não extravasou para a cavidade peritoneal. Com relação à conduta adotada, é correto afirmar:

