GABARITO: ALTERNATIVA A.

(GIORDANNE - HEPATOLOGIA - CIRROSE)

A função biossintética do fígado pode ser avaliada pela dosagem dos níveis séricos de albumina e pela avaliação do tempo de protrombina.

A albumina é produzida exclusivamente no fígado e possui uma meia-vida longa, de 18 a 20 dias. Trata-se de um importante marcador de função hepática. A possibilidade de hepatopatia crônica deve ser considerada quando os níveis de albumina encontrarem-se abaixo de 3 g/dl. Os valores de albumina se associam ao prognóstico em paciente com cirrose e hepatocarcinoma.

Como tem meia-vida longa, não é um bom marcador de insuficiência hepática aguda. O fígado produz aproximadamente 15 g de albumina por dia e essa produção é regulada pela pressão osmótica, estado nutricional, citocinas e hormônios. Os valores normais de albumina sérica variam de 3,5 a 5,5 g/dl.

Pacientes com insuficiência hepática apresentam hipoalbuminemia. Importante ressaltar que a hipoalbuminemia não é uma condição exclusiva da insuficiência hepática e pode ser encontrada em indivíduos com desnutrição, em condições que cursam com perda renal ou intestinal de proteínas e nas infecções crônicas.

Os fatores de coagulação são produzidos exclusivamente no fígado, com exceção do fator VIII, que é produzido no endotélio vascular. Possuem meia-vida curta, tendo o fator VII, por exemplo, meia-vida de aproximadamente 6 horas (fator de coagulação com meia-vida mais curta). Sendo assim, são bons marcadores de insuficiência hepática aguda.

Devemos lembrar que o fator VII é um fator da via extrínseca da coagulação e o exame que avalia essa via é o tempo de protrombina. Sendo assim, o primeiro exame que altera quando o paciente evolui com insuficiência hepática é o tempo de protrombina.

Então, para a avaliação da função hepática, usamos o tempo de protrombina, que avalia os fatores II, V, VII e X. O RNI (razão normalizada internacional) padroniza o tempo de protrombina de acordo com o reagente de tromboplastina empregado pelo laboratório. O prolongamento do tempo de protrombina (> 5 segundos acima do tempo controle) pode ser encontrado nas hepatites, na cirrose, na coagulação intravascular disseminada e na deficiência de vitamina K. Na insuficiência hepática temos alargamento do tempo de protrombina, RNI > 1,7 e atividade de protrombina < 50%.

Com a redução progressiva da produção dos outros fatores de coagulação, há também alteração do exame que avalia a via intrínseca da coagulação, o tempo de tromboplastina parcial.

Nos casos de deficiência de vitamina K, o tempo de protrombina geralmente se normaliza dentro de 24 horas após o uso de vitamina K injetável.