Estamos diante de um paciente idoso com quadro quadro clínico sugestivo de obstrução intestinal pois apresenta distensão abdominal e parada de eliminação de fezes e flatos. A radiografia simples de abdome nos confirma o diagnóstico ao demonstrar o sinal do grão de café, típico do volvo de sigmoide.

O termo “volvo” refere-se à torção de um segmento do trato gastrointestinal sobre seu próprio eixo mesentérico, que, muitas vezes, leva à obstrução intestinal em alça fechada. Os locais mais comuns do volvo são o cólon sigmoide (75% dos casos) e o ceco, sendo o volvo de sigmoide a segunda causa mais comum de obstrução intestinal baixa.

O diagnóstico é feito através da radiografia simples de abdome, que apresenta um cólon sigmoide dilatado, com nível hidroaéreo e aparência de um “tubo dobrado”, com ápice no quadrante superior direito, típico de um volvo de sigmoide. Essa imagem típica também é chamada de “grão de café” ou “U invertido”.

O tratamento a ser realizado depende de o paciente apresentar complicações como isquemia, necrose e perfuração, que geralmente se apresentam com peritonite difusa, sepse e instabilidade hemodinâmica

1. Ausência de complicações, paciente estável = sigmoidoscopia flexível ou a colonoscopia descompressiva, na tentativa de distorcer o volvo e restabelecer o trânsito intestinal e o fluxo sanguíneo. Se bem sucedida, o que ocorre em 75 a 95% dos casos, a ressecção cirúrgica deve ser realizada em 24 a 72 horas após a redução endoscópica, devido à alta taxa de recorrência (até 70%), que aumenta com os episódios subsequentes.

2. Sinais de complicações, paciente instável e falha na distorção endoscópica = tratamento cirúrgico de emergência, ou seja, laparotomia com ressecção do segmento volvulado (geralmente sigmoidectomia) ou colectomia subtotal, se houver comprometimento do cólon proximal. Para pacientes instáveis, o procedimento de escolha é a cirurgia de Hartmann e, para pacientes estáveis sem grande contaminação fecal, pode ser feita anastomose primária com ou sem ostomia de proteção.