Questão
PR - Associação Médica do Paraná - AMP
2025
Residência com pré-requisito - Clínica Médica (R+ CM)
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Um paciente masculino, 20 anos, procura atendimento médico por quadro de dispneia progressiva e sensação de cansaço nas últimas 2 semanas. Refere histórico recente de febre, dor muscular e tosse seca há 4 semanas, sintomas que foram leves e se resolveram espontaneamente após cerca de 1 semana.

Nos últimos 7 dias, ele apresenta falta de ar aos mínimos esforços, dificuldade para deitar-se na cama e sensação de cansaço extrema, especialmente nas atividades diárias. Relata também palpitações e dor torácica difusa. Não apresenta histórico de doenças prévias ou uso de medicações regulares.

No exame físico, a pressão arterial é de 110/70 mmHg, frequência cardíaca de 110 bpm, ritmo cardíaco regular, mas com estertores finos em base pulmonar esquerda, sem sinais de linfadenopatia. A palpação abdominal revela hepatomegalia.

A inspeção não revela sinais de cianose, mas há leve edema nos membros inferiores.

Exames laboratoriais:

• Hemograma: leucocitose leve (13.000/mm³), sem desvio à esquerda.

• PCR: 40 mg/dL (elevada).

• Troponina I: 122,5 ng/mL (elevada).

• BNP: 643 pg/mL (elevado).

• ECG: taquicardia sinusal com sinais de sobrecarga atrial e bloqueio de ramo esquerdo.

• Ecocardiograma: fração de ejeção de 35%, com dilatação do ventrículo esquerdo e disfunção sistólica global.

Assinale a correta considerando o quadro acima.

A
O diagnóstico é sugestivo de Miocardite Viral, sendo indicado a biópsia endomiocárdia e utilização dos Critérios de Dallas e a presença de infiltrado inflamatório linfocítico e necrose miocardica se fazem necessários para o diagnóstico formal.
B
O quadro clínico de dor torácica e alteração de marcadores de necrose miocárdica sugere Síndrome Coronariana Aguda com indicação imediata de cineangiocoronariografia ou terapia de reperfusão fibrinolítica se não houver laboratório de hemodinâmica disponível.
C
A ressonância magnética cardíaca pode ajudar a elucidar o quadro com um padrão de realce tardio mesocárdico, poupando o endocárdio, diferentemente do infarto que sempre atinge a região subendocárdica.
D
Na suspeita de miocardite viral, o tratamento precoce com anti-inflamatórios e imunossupressores estão relacionados com uma recuperação mais rápida da função ventrícular.
E
O quadro clínico sugere miocardite fulminante, com elevado risco de progressão para choque cardiogênico e insuficiência respiratória aguda e disfunção orgânica múltipla. É indicado o inicio precoce de inotrópicos e assistência circulatória mecânica.