GABARITO: ALTERNATIVA B

Estrategista, questão sobre o tratamento da hidrocefalia de pressão normal. Vamos esclarecer alguns aspectos para não haver confusão.

A doença decorre do aumento do volume de LCR e, consequentemente, das proporções dos ventrículos cerebrais. Ao que parece, a causa está relacionada ao déficit de reabsorção pelo LCR, que habitualmente é feita por estruturas conhecidas como granulações aracnoides. É fundamental notar que o fluxo do LCR está preservado! Por isso, não há hipertensão intracraniana; sendo assim, o paciente portador dessa condição não apresenta sinais como cefaleia, paralisia do VI nervo craniano ou papiledema.

Classicamente, o quadro clínico envolve a chamada tríade de Hakim-Adams, caracterizada pelo distúrbio cognitivo de predomínio executivo, pela dificuldade de marcha e pela incontinência urinária. Já parou para pensar por quais motivos esses sintomas aparecem? De forma simplista, o aumento das proporções ventriculares comprime os lobos frontais. Essa região cerebral se relaciona ao controle da execução das tarefas, é o centro encefálico do controle da micção, além de ser fundamental para a geração de força nos membros inferiores e, portanto, para a capacidade de deambulação. Agora ficou mais lógico, né?

Destaco, ainda, que os indivíduos nem sempre apresentam os 3 sintomas logo no início da doença, sendo importante a suspeição clínica e a indicação do exame de neuroimagem que será imprescindível para o diagnóstico. A imagem mostra a hidrocefalia, o aumento das proporções ventriculares, o que ocorre de maneira desproporcional a uma eventual atrofia cerebral.

O diagnóstico é baseado na presença dos sintomas e de hidrocefalia na TC de crânio. Existe um teste, chamado de tap test, feito da seguinte forma: inicialmente, aplicamos um teste de triagem cognitiva e analisamos o tempo que o paciente demora para caminhar uma determinada distância. Então, é realizada a punção liquórica, sendo retirados cerca de 30 a 50 mL de LCR. O desempenho cognitivo e de marcha são reavaliados. Em casos de HPN, podemos identificar melhora desses sintomas após a retirada do LCR.

O tratamento da HPN é feito com derivação ventrículo-peritoneal, uma estratégia que cria um shunt para a passagem do LCR.

Vamos às alternativas.