GABARITO: ALTERNATIVA A

Caro aluno, essa é uma questão refere a uma doença específica que ocorre como complicação da administração de gadolíneo, o contraste utilizado nos exames de ressonância magnética, que é a fibrose nefrogênica sistêmica. A resposta da questão é simples, mas vamos aproveitar e revisar um pouco sobre essa condição.

A fibrose sistêmica nefrogênica (FSN) é uma complicação rara e grave do uso de gadolíneo, que cursa com a deposição dessa substância na derme e órgãos mais profundos, como músculo, pulmão e coração, levando a um quadro de fibrose e falência orgânica progressiva.

O gadolíneo é um metal pesado, pouco solúvel, que é eliminado pelos rins. Existem 3 grupos desse contraste comercialmente disponíveis: linear de primeira geração (grupo 1), macrocíclico (grupo 2) e linear de segunda geração (grupo 3). O grupo 1 é o que mais se correlaciona com casos de FSN, sendo o que deve ser evitado em pacientes de risco. Em casos de disfunção renal aguda ou crônica, há prejuízo na eliminação dessa molécula da corrente sanguínea e ele fica livre para se depositar nos tecidos e gerar a fibrose. Dessa forma, é contra-indicado o uso de gadolíneo em paciente com lesão renal aguda grave ou taxa de filtração glomerular < 30mL/min/1.73m2, exceto se a relação custo-benefício for favorável. Caso opte-se pela administração, é aconselhável realizar hemodiálise na sequência do procedimento (algumas horas e não dias!) e repetir uma sessão 24 horas após a primeira. Isso é liberado para pacientes já em programa de hemodiálise, pois o gadolíneo pode ser removido na terapia extracorpórea. Em caso de pacientes em diálise peritoneal ou em tratamento conservador, pode-se avaliar a realização de 2 sessões de hemodiálise a fim de potencializar a eliminação do gadolíneo.