Os antipsicóticos típicos ou atípicos em altas doses, ou ainda medicações de uso clínico, como metoclopramida, cinarizina e flunarizina, podem causar sintomas conhecidos como extrapiramidais (SEP), ou ainda sintomas parkinsonianos, como discinesias, tremores, rigidez muscular, distonias e acatisia, uma sensação de inquietação, descrita por alguns pacientes como uma “ansiedade nas pernas”.

Esses efeitos colaterais acontecem porque os fármacos não atuam apenas nas vias dopaminérgicas consideradas “alvo terapêutico”, como a via mesolímbica, atingindo em outros tratos cerebrais dopaminérgicos, como a via tuberoinfundibular, onde a ação do antipsicótico causa o aumento da prolactina, e a via nigroestriatal, causando a SEP.

O bloqueio dos receptores dopaminérgicos é o responsável pelo aparecimento dos efeitos extrapiramidais e pela hiperprolactinemia, que surgem apenas quando o bloqueio dopaminérgico supera 70% a 80% dos receptores D2.

O tratamento das manifestações da SEP baseia-se, especialmente, na prevenção, já que o bloqueio excessivo dos receptores D2 não traz benefícios terapêuticos adicionais. A redução da dose do antipsicótico deve ocorrer nos primeiros indícios da síndrome. Caso o paciente esteja utilizando um antipsicótico típico, ele poderá ser beneficiado com a troca por um atípico. Medicações com propriedades anticolinérgicas, como o biperideno ou a prometazina, e benzodiazepínicos podem aliviar os sintomas agudos da SEP, mas não previnem a discinesia tardia (DT). A acatisia, especificamente, responde melhor ao uso de benzodiazepínicos ou betabloqueadores.

Com relação especificamente a distonia aguda, um efeito que resulta da contração muscular (muitas vezes dolorosa) envolvendo tronco, pescoço, e, algumas vezes, promovendo crises oculogíricas, observa-se que crianças/adolescentes e pessoas do sexo masculino são mais acometidas. Crianças, inclusive, podem apresentar opistótono.

Portanto, resposta letra A.