Estrategista, a paralisia facial periférica, cuja principal causa é a paralisia de Bell (nome dado quando, na verdade, não se identifica uma causa específica), é uma entidade frequente em provas de Residência, seja em questões diretas ou como alternativa. Lembre-se de que, na paralisia facial periférica, ocorre o acometimento do andar superior e inferior da face! Já na paralisia facial central (cuja principal causa é o AVC), apenas o andar inferior da face estará acometido.

A paralisia facial periférica isolada, sem outros sinais associados, sugere o diagnóstico de paralisia de Bell. É a principal causa de paralisia facial espontânea, sem uma causa definida, contudo, para a qual se especula uma etiologia viral. O principal fator de risco associado à síndrome é a gravidez, com aumento de incidência de cerca de 3 vezes, especialmente no terceiro trimestre e período puerperal.

Nessa condição, o início é agudo, ao longo de um ou dois dias, o curso é progressivo, atingindo a máxima piora em até 3 semanas. Além da paralisia facial, o paciente pode apresentar alteração lacrimal ou salivar, sensação de olho seco, disgeusia (alteração do paladar) e hiperacusia.

Não há necessidade de exame de neuroimagem em casos típicos, sendo considerada em casos em que há piora além de 3 semanas, ausência de qualquer melhora após cerca de 4 meses ou se os sintomas são atípicos, por exemplo, com a associação de disfunção de outros nervos cranianos.

Para todos os pacientes, está indicado o uso de corticoide, em geral, 60 a 80 mg de prednisona ao dia por 1 semana. Cabe ressaltar que os estudos com essa medicação foram feitos com quadros iniciados em até 72 horas. O uso de antiviral (aciclovir ou valaciclovir) é debatido, exceto quando há sinais de infecção viral subjacente, por exemplo, lesões vesico-bolhosas em pavilhão auditivo. Em linhas gerais, a adição de antivirais é mais aceita nos casos graves.

É fundamental orientar o paciente com os cuidados com úlcera de córnea, que pode ocorrer em decorrência da má oclusão palpebral. É recomendável o uso de lágrima artificial e, nos quadros mais graves, pode ser necessária a oclusão do olho com colírio lubrificante noturno.

Vamos às alternativas: