“Um dos passatempos favoritos de estudiosos da teoria da decisão é testar médicos em questões que envolvem estatísticas e os resultados são assustadores. Em um trabalho de 1982, David Eddy pediu a profissionais de saúde que estimassem a chance de uma paciente que apresentou mamografia positiva para neoplasia de fato ter a doença, considerando que a probabilidade de uma mulher ter câncer é de 1%, a sensibilidade do exame, de 80%, e a taxa de falso-positivos, de 9,6%. Cerca de 95% dos médicos cravaram que o risco era de 75%, quando a resposta certa é 7,7%. Se você fizer a conta, verá que de cem mulheres testadas, quase dez (9,6%) apresentarão falso-positivo e menos de uma (80% de 1%) será um positivo real. Não vou explicar aqui os vieses cognitivos que fazem os médicos e as pessoas, em geral, interpretarem números tão mal, mas, decididamente, é algo com que devemos nos preocupar."
Fonte: Schwartsman, Hélio. Cegueira Estatística. FOLHA DE SÃO PAULO, 12/10/2013.
Considerando exatamente os parâmetros citados nessa simulação, verifica-se que: