O pediatra da Emergência de um Hospital Infantil recebeu uma criança com 2 anos de idade que tinha sido atropelada havia 60 minutos. Ao exame físico, a criança encontrava-se sonolenta e respondendo mal às solicitações. Apresentava-se pálida,desidratada e com sudorese fria. Pupilas isocóricas e fotorreativas. Mímica facial preservada. Fundo de olho sem sinais de hemorragia ou edema de papila. Pressão arterial = 40 x 20 mmHg; frequência cardíaca = 160 bpm. Ausculta cardíaca sem sopros e ausculta pulmonar normal. Ao exame do abdome, observa-se distensão importante e diminuição dos ruídos hidroaéreos. A criança reage à palpação superficial difusa do abdome e não se palpam visceromegalias. A criança mobiliza os quatro membros e apresenta reflexos profundos 2+/4+, globalmente. Apresenta também reflexo cutâneo-plantar em flexão bilateralmente. Após a infusão de cristaloides e de concentrado de hemácias, já com três horas de evolução, a criança apresentava frequência cardíaca = 120 bpm, frequência respiratória = 40 irpm e pressão arterial = 80 X 40 mmHg. O abdome continuava distendido e difusamente doloroso à palpação, com hiperemia periumbilical e irritação peritoneal. Os exames laboratoriais colhidos na terceira hora de evolução mostravam: hemoglobina = 9 g/dL (valor de referência: 10,6 a 13,0 g/dL); hematócrito = 27% (valor de referência: 32 a 40%); leucócitos = 20 000/mm³ (valor de referência: 5 000 a 15 000/mm³ ); plaquetas = 150 000/mm³ (valor de referência: 140 000 a 400 000/mm ); nível de bilirrubinas e transaminases hepáticas normais; hiperamilasemia e hiperlipasemia.
Com base no quadro clínico e no resultado dos exames laboratoriais, a suspeita diagnóstica é de lesão