GABARITO: ALTERNATIVA A

Estrategista,

As doenças infecciosas fazem parte do campo da Epidemiologia, que nada mais é do que a ciência que estuda a frequência e a distribuição de doenças, o que inclui as suas formas de transmissão. O objetivo desse estudo é de traçar medidas de controle. Por isso, é comum encontramos esse tipo de questão no bloco de Medicina Preventiva.

No entanto, a banca só exagerou ‘um pouquinho’ ao exigir que candidato conhecesse especificamente o período de incubação da dengue. Isso porque esse intervalo de tempo varia conforme a referência bibliográfica consultada.

Por exemplo, segundo o tradicional livro “Epidemiologia & Saúde”, de Maria Zélia Rouquayrol, o período de incubação da dengue pode variar entre 3 a 6 dias, chegando ao máximo de 15 dias (1). Encontramos informação parecida em um antigo Manual do Ministério da Saúde, intitulado “Dengue: Aspectos Epidemiológicos, Diagnóstico e Tratamento” (2002), onde os autores informam que o período de incubação da dengue dura, em média, de 5 a 6 dias, também chegando ao máximo de 15 dias (2).

Porém, encontramos um período de incubação diferente no atual Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (2019): 4 a 10 dias (3).

Por fim, para o Tratado de Infectologia (Veronesi-Focaccia), o período de incubação da dengue varia entre 2 a 8 dias (4).

No entanto, observe algo curioso: em nenhuma das referências o período de incubação foi superior a 15 dias. E isso vai de encontro à definição de caso de Dengue pela Vigilância Epidemiológica; observe que o tempo de exposição deve ter ocorrido em até 14 dias.

“Indivíduo que resida em área onde se registram casos de dengue ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de transmissão ou presença de Aedes aegypti. Deve apresentar febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e duas ou mais das seguintes manifestações:

• náusea/vômitos;

• exantema;

• mialgia/artralgia;

• cefaleia/dor retro-orbital;

• petéquias/prova do laço positiva;

• leucopenia”.

(Ministério da Saúde, Guia de Vigilância em Saúde 2019, página 419)

Dessa forma, ficou fácil: a única alternativa cujo intervalo de tempo não ultrapassa o 15º dia é a alternativa “A”. Portanto, esse é o gabarito.

Agora, uma observação importante: a UNIRIO gostou tanto dessa questão que ela foi cobrada no bloco de Medicina Preventiva nos anos de 2016, 2018 e 2019. Como essa banca sempre repete algumas questões, pode ser que essa questão ‘apareça’ novamente nos próximos anos.

Gabarito: Alternativa “A”.

Referências Bibliográficas:

(1) Rouquayrol MZ, Veras FMF e Távora LGF. Aspectos epidemiológicos das doenças transmissíveis. In: Rouquayrol MZ & Gurgel M. Epidemiologia & Saúde. Rio de Janeiro: Medbook, 2016. p. 187-216.

(2) Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº 176. Brasília – DF, 2002.

(3) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico]. 3ª edição. Brasília-DF, 2019. Disponível em Word Wide Web: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf>

(4) Fonseca BAL, Figueiredo LTM. Dengue. In: Veronesi: tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. p. 427-441.