GABARITO: ALTERNATIVA B

Estrategista, questão específica sobre sorologia de hepatite B e mutante pré-core. Vamos entender?

O vírus da hepatite B (HBV) é o único vírus de hepatites virais composto por DNA. Pertence à família Hepadnaviridae, com transmissão parenteral, ou seja, é transmitido através do sangue e fluidos corporais.

A hepatite B pode se apresentar como uma hepatite aguda, hepatite crônica, ou ainda, em alguns indivíduos, pode nunca haver manifestação de doença, com clareamento espontâneo do vírus. Em adultos, o risco de cronificação é de apenas 5-10%, mas pode chegar a 90-95% quando ocorre transmissão vertical.

Vamos entender a sorologia? HBsAg é o marcador da presença da proteína viral na corrente sanguínea, e significa infecção atual (aguda ou crônica). O antiHBc é o anticorpo produzido quando o organismo entra em contato com o vírus selvagem (e não da vacinação), e pode ser IgM (infecção aguda), IgG (infecção crônica, se IgM negativo) ou total. Vale lembrar que esse anticorpo não é imunizante!

O HBeAg é o antígeno que marca replicação viral e o antiHBe é o seu anticorpo, marcando o fim da replicação (salvo nos mutantes pré-core, quando o antiHBe não é mais capaz de suprimir a replicação viral). Vamos discutir isso logo mais.

Finalmente, temos o antiHBs, anticorpo contra o antígeno S da superfície (HBsAg). Ele é produzido tanto quando o indivíduo entra em contato com o vírus selvagem como quando é submetido à vacinação, e é capaz de induzir imunidade, ou seja, uma vez com antiHBs positivo, não há risco de contrair a infecção pelo HBV.

Esses quadros vão ajudar a memorizar cada marcador e os diferentes estágios da infecção pelo HBV e a vacinação. Vamos ver?

A mutação mais comum do HBV ocorre na região do pré-core do genoma viral, com falha na expressão do HBeAg. Nesse caso, observamos a presença do antiHBe mesmo com alta replicação viral.

Essa mutação deve ser suspeitada sempre que houver infecção crônica pelo HBV, com HBeAg negativo, antiHBe positivo, mantendo transaminases elevadas. Ou seja, sorologia que seria compatível com portador crônico inativo, porém com inflamação hepatocelular, que não esperamos nesse grupo de pacientes.

Mais um conceito importante: a sorologia do portador crônico inativo e do mutante pré-core é exatamente a mesma! O que vai diferenciar então? A carga viral (HBV-DNA). Isso acontece porque o portador crônico inativo apresenta replicação viral mínima, com HBV-DNA muito baixo ou indetectável, por definição, < 2.000 Ui/mL. Quando há a mutação pré-core, o antiHBe não é capaz de inibir a replicação viral e vamos encontrar uma carga viral acima de 2.000 Ui/mL.