GABARITO: ALTERNATIVA C

Essa questão cobra conceitos básicos sobre avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG).

Para avaliação da TFG seria ideal analisarmos uma substância facilmente filtrada e totalmente eliminada pelos rins, sem secreção ou reabsorção tubular. Essa substância ideal é a inulina, que é um composto inerte exógeno, ou seja, não é produzido pelo organismo humano. Dessa forma, essa substância precisa ser administrada por via endovenosa e depois calculada a sua eliminação renal. Esse processo é inviável na prática clínica, pois assim teríamos que internar todos os pacientes e passar um dia inteiro para realizar o monitoramento da função renal, além de todos os custos envolvidos!

Então, como podemos calcular a TFG no dia a dia?

Para isso, utilizamos a dosagem de creatinina!

A creatinina é um subproduto do metabolismo das células musculares, quase totalmente eliminada por filtração glomerular e pouco secretada no rim pelo túbulo contorcido proximal - por isso, é uma boa estimativa para função renal normal. No entanto, a massa muscular varia de pessoa para pessoa e é influenciada por idade, sexo, etnia e área de superfície corporal. Dessa forma, foram elaboradas fórmulas matemáticas que utilizam o valor da creatinina sérica e corrigem para essas diferenças. Sempre que vamos calcular a taxa de filtração glomerular, devemos colocar o valor da creatinina nessas fórmulas e nunca utilizar o valor da creatinina isolado! Além disso, essas fórmulas são validadas para valores constantes de creatinina e NÃO podem ser utilizadas no contexto de lesão renal aguda!

As principais fórmulas são:

- CKD-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration): validada para população adulta. Foi estudada para uma maior população e é a mais utilizada na prática clínica

- MDRD (Modification of Diet in Renal Disease): validada para população adulta

- Schwartz ou Counahan-Barratt: utilizadas para crianças e adolescentes