Futuro residente (a), o SES-GO já "complicou" logo no enunciado pois descreveu a sigla da patologia a ser avaliado o conhecimento ao invés de descrever o nome. Não custava nada descrever a nomecladura adequada, mas o examinador já considerou como parte da avaliação o conhecimento desta sigla. Não faz muito sentido, mas vamos em frente na nossa revisão.

A GUNA é a gengivite ulcerativa necrosante aguda apresentando-se como uma infecção dolorosa das gengivas e faringite que causa febre e, às vezes, hálito fétido e sensação de mal-estar. É mais conhecida como Angina de Plaut-Vincent.

Os agentes mais frequentemente envolvidos são anaeróbios, com destaque para Borrelia vincentii e Fusobacterium spp, sendo esta informação também objeto desta questão.

É caracterizada pelo início agudo de uma dor oral e faríngea intensa associado a um odor fétido, sendo este sintoma o mais importante quando as bancas querem se referir a esta angina.

Apresenta ainda a presença de um filme ou membrana encobrindo a gengiva e a faringe composto de fibrina, tecido necrótico, leucócitos eritrócitos e bactérias. A remoção deste filme causa sangramento e exposição de tecido ulcerado e eritematoso.

Acabamos de ver outra patologia que também pode se apresentar com sangramento a descamação que foi a difteria, mas possui uma epidemiologia e quadro clínicos bem distintos da angina de Plaut-Vincent, assim não se confunda com apenas este achado.

O paciente pode ainda apresentar-se febril e ter linfonodomegalia submandibular e submentoniana associados.

O diagnóstico definitivo é feito através de avaliação laboratorial do esfregaço do material. Assim , juntando os sintomas clínicos com a identificação de fibrina, tecido necrótico e leucócitos se pode descartar outras possibilidades e manter o diagnóstico desta angina.

Como a s bactérias mais envolvidas são anaeróbias a cultura para confirmação específica é difícil e não utilizada de rotina.

E tanto a utilização do esfregaço quanto esta peculiaridade da cultura foram objetos de questões prévias.

O tratamento é feito com desbridamento das membranas e utilização de enxaguantes bucais com antimicrobianos (como cloroexidine aquoso), associado a utilização de antibióticos com cobertura para os anaeróbios da cavidade oral, sendo mais prescritos o Metronidazol, a Amoxicilina com Clavulanato ou a Clindamicina.