A insuficiência hepática pode alterar significativamente o metabolismo de medicamentos, especialmente aqueles que dependem do fígado para sua metabolização e excreção. O fígado desempenha um papel crucial na biotransformação de fármacos, que ocorre em duas fases principais: a fase I (reações de oxidação, redução e hidrólise, mediadas principalmente pelo sistema enzimático do citocromo P450) e a fase II (reações de conjugação, como sulfatação e glucuronidação). Na insuficiência hepática, essas vias podem estar comprometidas devido à redução no número de hepatócitos funcionais, diminuição do fluxo sanguíneo hepático e alterações na síntese de proteínas plasmáticas, como a albumina.

Essas alterações resultam em:

1. Diminuição do metabolismo hepático: Medicamentos metabolizados pelo fígado podem acumular-se no organismo, aumentando o risco de toxicidade.

2. Redução da síntese de proteínas plasmáticas: Muitos medicamentos se ligam à albumina para serem transportados no sangue. Em pacientes com hipoalbuminemia, há maior fração livre do fármaco ativo, o que pode potencializar seus efeitos e toxicidade.

3. Alterações no fluxo biliar: Medicamentos que dependem da excreção biliar podem ter sua eliminação prejudicada.

Portanto, é fundamental ajustar a dose de medicamentos que possuem metabolismo predominantemente hepático em pacientes com insuficiência hepática. A necessidade de ajuste depende das características farmacocinéticas do fármaco e da gravidade da disfunção hepática.

Análise das alternativas: