GABARITO: ALTERNATIVA B

A linhagem de células mononucleares deriva da linhagem de mieloblastos, diferenciados a partir da célula-tronco mieloide. Há quatro séries que se diferenciam a partir dos mieloblastos, os promielócitos comprometidos com cada um dos tipos de granulócitos e os monoblastos. Os monoblastos dão origem às células mononucleares, das quais há dois tipos principais: os monócitos e os macrófagos.

Os monócitos são os que estão presentes no sangue e derivam dos monoblastos. São fagócitos heterogêneos, divididos em diversos subgrupos conforme a expressão de marcadores celulares. Assim, podem ter fenótipo mais pró-inflamatório (CD14⁺⁺CD16) ou mais reparadoras teciduais (CD14⁺CD16⁺⁺).

Os marcadores CD14 e CD16 são moléculas de superfície presentes em algumas células do sistema imunológico, particularmente nos monócitos e macrófagos. O CD14 é um receptor de reconhecimento de padrão associado principalmente à detecção de lipopolissacarídeos (LPS) encontrados na parede celular de bactérias gram-negativas. A presença elevada de CD14 (CD14++) indica uma célula com um perfil mais pró-inflamatório, pronta para responder rapidamente a patógenos. Por outro lado, o CD16 é um receptor de baixa afinidade para a porção Fc das imunoglobulinas IgG, desempenhando um papel na opsonização e fagocitose de patógenos. Células com expressão elevada de CD16 (CD16++) tendem a ter um perfil mais voltado para funções reparadoras teciduais. Estas distinções no fenótipo dos monócitos, baseadas na expressão relativa de CD14 e CD16, ajudam a direcionar a resposta imunológica, seja para uma resposta rápida a invasores ou para promover a cicatrização e recuperação tecidual após a inflamação. Essa capacidade de modulação e especialização permite ao sistema imunológico adaptar-se e responder de forma eficaz a uma ampla gama de desafios.

Figura: Macrófagos teciduais (setas), coloração: hematoxilina-eosina mais corante vital azul tripan (azul escuro). DP = Ducto Pancreático. Fonte: Arquivos Estratégia Med.

Os macrófagos estão no tecido e diferenciam-se a partir de monócitos que atravessam o endotélio e tornam-se residentes teciduais. Conforme o tecido em que estão presentes, adquirem fenótipos distintos: Células de Kupffer no fígado; micróglia no cérebro; macrófagos alveolares no pulmão; entre outros. São fagócitos importantes tanto no processo contra os patógenos quanto na renovação tecidual, além de serem apresentadores de antígenos e secretor de citocinas.