Questão
Exame Nacional de Residência Médica EBSERH (ENARE)
2025
Residência com pré-requisito - Clínica Médica (R+ CM)
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
senhora-65-anos-apos16378102e65
Uma senhora de 65 anos, após anos de acompanhamento na clínica médica por diabetes e hipertensão, retornou com queixa de distensão abdominal e parada de eliminação de gases e fezes há uma semana. Há histórico de constipação crônica por volta dos 30 anos, incluindo atendimentos de emergência para clister glicerinado e extração manual das fezes. Só consegue evacuar com medicações laxativas como polietilenoglicol e laxativos salinos de uso regular. O exame físico e ultrassom à beira leito evidenciaram muita distensão abdominal e dor à palpação profunda. Ao toque retal, há hemorroidas, dor e espasmo da ampola retal – apesar de toque gentil – e sangramento discreto em luva devido ao uso de clister glicerinado nos últimos 3 dias. Optou-se por internação para manuseio do quadro de obstipação intestinal. Com a tomografia de abdômen, pode-se perceber grande impactação fecal em reto e extensão para sigmoide baixo, com fezes em todo o cólon.

Sem outras alterações clínicas, laboratoriais e radiológicas, a equipe médica optou corretamente por:
A
iniciar neostigmina, pois trata-se de pseudobstrução intestinal crônica;
B
manter os laxativos, incluindo lactulose, enemas glicerinados e clister em gravidade, com perspectiva de colectomia distal, caso não haja melhora em 3 dias;
C
suspender os laxativos e iniciar terapia com supositórios de glicerina seguidos de extração manual 3 vezes ao dia, pois, sem a retirada do fecaloma, não haverá trânsito intestinal normal;
D
extração por retossigmoidoscopia rígida com infusão local de óleo mineral e associação de neostigmina mitigando dores abdominais após a liberação do fecaloma endurecido;
E
suspender lactulose pela distensão, manter laxativos estimulantes como bisacodil (incluindo na forma de supositórios), estimular medidas comportamentais e associar prucaloprida, acompanhando o quadro clínico da paciente.