GABARITO: ALTERNATIVA C

A Dopplervelocimetria da artéria cerebral média (ACM) é utilizada para o estudo do território arterial fetal, o primeiro a se alterar diante da hipóxia fetal. Como vimos anteriormente, diante de hipóxia fetal ocorre aumento do fluxo sanguíneo diastólico para o cérebro ( órgão nobre) e, com isso, diminuição do IP. Considera-se alteração Dopplervelocimétrica da ACM quando IP está abaixo do percentil 5 da curva de normalidade.

A resposta hemodinâmica fetal à diminuição da oferta de oxigênio, com redistribuição do fluxo sanguíneo, priorizando órgãos nobres (cérebro, coração e adrenal) é chamada de centralização da circulação fetal. A centralização da circulação fetal é avaliada pela relação cérebro-placentária (RCP= IP da ACM/IP da AUMB). Quando a RCP está abaixo do percentil 5 ou quando o IP da ACM é menor que o IP da artéria umbilical, consideramos centralização de circulação fetal.

A Dopplervelocimetria da artéria cerebral média também é utilizada para avaliar anemia fetal em gestações de mulheres aloimunizadas ou com alguma doença que possa levar a anemia fetal, como na infecção congênita por parvovírus B19. O parâmetro da Dopplervelocimetria da ACM que identifica a presença de anemia fetal é o pico de velocidade sistólico (PVS_ACM).

Uma vez que a gestante foi aloimunizada (Coombs indireto positivo) e os títulos de anticorpos são ≥ 1:16, há maior risco de o feto desenvolver DHPN, dessa forma, ela deve ser encaminhada para o pré-natal de alto risco e realizar avaliação indireta da anemia fetal. Essa avaliação é feita por meio da ultrassonografia obstétrica com doppler e medida do pico de velocidade sistólica da artéria cerebral média (PVS-ACM) a cada 1 a 2 semanas.

A velocidade máxima da artéria cerebral média aumenta com a idade gestacional e tem correlação inversa com os níveis de hemoglobina e hematócrito, ou seja, quanto maior o PVS-ACM, menores os níveis de hemoglobina e hematócrito e maior a chance de anemia. Sendo assim, quando o PVS-ACM está acima de 1,5 múltiplos da mediana (MoM) ou acima de 1,5 desvios-padrão, considera-se que o feto apresenta anemia fetal grave e deve receber tratamento.

Quando fala de síndrome hipercinética, o examinador se refere ao aumento da velocidade do sangue na artéria cerebral média que está relacionada à anemia fetal. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.