A manifestação clínica mais comum dos cânceres de bexiga é a hematúria indolor, presente em até 80% dos casos.

Tipicamente, essa hematúria é macroscópica e tem caráter intermitente.

Ao falarmos em hematúria, é importante que eu te informe: cerca de 20% dos casos de hematúria macroscópica e 2 a 5% dos casos de hematúria microscópica são secundárias ao câncer de bexiga!

Portanto, fique atento: frente a um quadro de hematúria, sempre devemos pensar na possibilidade de câncer de bexiga!

Agora, vamos elencar os outros elementos clínicos, menos comuns, mas que também podem estar relacionados ao câncer de bexiga. São eles:

• Dor: A dor relacionada à neoplasia de bexiga geralmente está presente nos casos mais avançados, em que há invasão de estruturas adjacentes ao tumor.

O quadro álgico geralmente é referido na região suprapúbica ou hipogástrica. Nos casos em que há metástases linfonodais ou hematogênicas, a dor pode acometer outras regiões do abdome ou outras partes do corpo.

• Sintomas irritativos e obstrutivos: Esses sintomas geralmente estão associados a alterações funcionais do músculo detrusor, secundárias ao câncer, ou, ainda, à obstrução mecânica do óstio interno da uretra.

• Sintomas consumptivos: Perda de peso, febre e anorexia podem estar presentes nos casos de doença metastática ou localmente avançada. A presença desses sintomas sempre indica mau prognóstico.

Após a discussão desses aspectos clínicos, devemos ter em mente o seguinte conceito: devemos considerar como potencial portador de câncer urotelial, qualquer paciente com idade superior a 35 anos, com quadro de hematúria que não possa ser justificada por uma afecção benigna da via urinária.