Discussão da questão:

O que o examinador quer saber com esta questão?

Ela envolve conhecimentos sobre o funcionamento da musculatura intrínseca e extrínseca da mão, e um teste que é, também, carta marcada em provas de título de especialista.

O que você precisa saber para respondê-la?

Musculatura intrínseca da mão:

A anatomia é complexa e pode dar um nó na sua cabeça. Primeiro, vamos começar revendo a anatomia do dedo:

Note que os músculos lumbricais vêm de palmar para dorsal, promovendo, assim, a flexão da metacarpofalangeana, ao mesmo tempo em que promove a extensão das interfalangeanas. Os tendões extensores, que são da musculatura extrínseca, servem basicamente de esteio para os lumbricais, além de promover a extensão das metacarpofalangeanas (MCF).

Os interósseos, por sua vez, vêm igualmente da região palmar e se inserem na dorsal, fazendo a adução (PAD - Palmares aduzem) ou abdução (DAB - Dorsais abduzem) dos dedos.

Muito bem, agora, ao teste de Bunnell-Littler:

O seu objetivo é averiguar se uma restrição de flexão dos dedos se devem a encurtamento ou aderência dos tendões extensores, ou a contratura dos intrínsecos (em especial, mas não somente, os lumbricais). Pela ação dos intrínsecos, as MCF estarão estendidas, e as interfalangeanas, fletidas. Se não há encurtamento, você consegue fletir os dedos com ou sem extensão associadas das MCF, note.

O princípio do teste é, assim, primeiramente, manter a MCF avaliada estendida (tensionando, assim, os lumbricais). Com esta extensão e o lumbrical encurtado, a interfalangeana proximal (IFP) obrigatoriamente ficará estendida. O próximo passo é fletir a IFP. Se ela não fletir - teste positivo -, trata-se de uma contratura dos intrínsecos. Se ela fletir, não há contratura dos lumbricais, e a culpa do comprometimento da flexão é dos extrínsecos.