Olá Estrategista,

Temos aqui uma questão direta a respeito do teste do suor.

Como sabemos, ele é utilizado para o diagnóstico da fibrose cística, vamos aprender?

A fibrose cística (FC), é uma doença genética de caráter autossômico recessivo, crônica, progressiva, de caráter sistêmico e potencialmente letal, consequente a um defeito na proteína CFTR (cystic fibrosis transmembrane regulator), que regula o transporte do cloro nas células epiteliais.

A FC é decorrente de uma mutação no gene que codifica a proteína Cystic Fibrosis Transmembrane Condutance Regulator (CFTR). A CFTR se localiza na membrana apical das células epiteliais pulmonares, pancreáticas, intestinais, ductos biliares e glândulas sudoríparas.

As mutações no gene que codifica a CFTR tornam não funcionantes os canais permeáveis do cloro. Com isso, a secreção de cloro diminui e causa a desidratação das mucosas, aumento da viscosidade das secreções e consequente diminuição do clearance das vias respiratórias. Esse mecanismo acarreta obstrução dos ductos por rolha de muco com reação inflamatória, resultando em uma doença sistêmica.

Esse aumento de viscosidade ocorre na maior parte das glândulas exócrinas como pulmões, intestino, pâncreas, fígado, glândulas sudoríparas e ducto deferente. Nos pulmões, a lesão começa com obstrução difusa das pequenas vias aéreas, por secreções mucosas espessas que facilitam a instalação de infecções pulmonares de repetição. Esse mecanismo ocorre também em outros órgãos, podendo causar pancreatite, infertilidade, hepatomegalia, cirrose biliar, entre outras.

O principal exame que define o diagnóstico da FC é a pesquisa de cloro no suor. Esse exame é indicado nas seguintes situações:

-Bebês com resultados positivos na triagem neonatal ;

- Pacientes com sintomas sugestivos de Fibrose Cística (exemplo, íleo meconial nos bebês; infertilidade nos maiores; infecções pulmonares de repetição);

- Paciente com irmão portador de Fibrose Cística (se o teste genético não puder ser realizado).

O teste do cloro no suor consiste na dosagem de cloreto no suor pelo método da iontoforese, através da estimulação com pilocarpina, durante 30 minutos. Considera-se o teste positivo quando concentração de cloreto for maior ou igual que 60 mmOl/l; em dois testes, realizados em momentos diferentes. Valores entre 59 e 29 mmOl/l (ou mEq/L) sugerem Fibrose Cística, nessa situação o exame deve ser repetido. Para valores menores ou iguais a 29 mmOl/l, descarta-se Fibrose Cística.

A triagem neonatal para FC é realizada até o 5º dia de vida, por meio da dosagem de tripsina (ou tripsinogênio) imunorreativa denominada TIR. É um método de triagem que, quando se encontra alterado, deve ser repetido até o 30º dia de vida. Se a segunda avaliação estiver alterada, indica-se o teste do suor. Dessa forma, o TIR não confirma o diagnóstico e a triagem neonatal negativa não afasta o diagnóstico de FC.

Observe o fluxograma a seguir: