Questão
GO - Hospital Ortopédico de Goiânia - HOG
2017
Residência (Acesso Direto)
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O trauma continua a ser a causa mais comum de mortes e sequelas na infância. Por ano, mais de 10 milhões de crianças são atendidas nas emergências, em diversos países, para tratamento de lesões traumáticas, o que representa quase uma em cada seis crianças. A morbidade e a mortalidade do trauma ultrapassam a de todas as principais doenças em crianças e adultos jovens, fazendo com que o trauma seja o maior problema de saúde pública e de atendimento nessa população. Apesar de as prioridades no atendimento à criança não mudarem se comparadas com as prioridades no atendimento ao adulto, as crianças apresentam algumas diferenças, principalmente, anatômicas, em que a forma de ação será modificada. Nesse contexto, quanto ao adequado atendimento à criança traumatizada, assinale a alternativa INCORRETA.
A
Quanto menor a criança maior, a desproporção entre o tamanho do crânio e o da face; por esse motivo há a propensão de a laringe posterior se anteriorizar, como resultado da flexão passiva da coluna cervical. Deve-se, então, posicionar um coxim de aproximadamente 2,5 cm de altura abrangendo o dorso de lactentes e crianças até 3 anos, preservando o alinhamento neutro da coluna.
B
O tubo orofaríngeo pode ser utilizado quando a criança estiver semiconsciente ou inconsciente, pois, caso seja posicionado com a criança totalmente acordada e o reflexo de deglutição estiver intacto, pode provocar vômito.
C
Os tecidos moles da orofaringe de um lactente são proporcionalmente maiores quando comparados aos tecidos da cavidade oral, o que dificulta a visualização da laringe; somando a isso, a laringe da criança tem forma de funil, o que propicia o acúmulo de secreções na retrofaringe. Assim, a utilização da dose de atropina apropriada para a idade da criança auxilia na diminuição da produção de secreção e do estímulo vagal, sendo possível melhor visualização das estruturas orofaríngeas.
D
A intubação orotraqueal na criança é um procedimento muito delicado e não é indicada em uma grande variedade de situações, incluindo: criança que pode manter a via aérea pérvia, mesmo que a escala de coma de Glasgow seja menor do que 10, ou criança que apresente hipovolemia significativa, com rebaixamento de nível de consciência e que necessite ser submetida a uma intervenção cirúrgica.
E
A traqueia do lactente tem aproximadamente 5 cm de comprimento e cresce até 7 cm por volta de 18 meses de idade; o fato de a traqueia ser curta pode resultar em intubação seletiva ou brônquio direito, ventilação inadequada, deslocamento acidental do tubo e/ou barotrauma.