A warfarina é um dos principais anticoagulantes usados no mundo, sendo o principal representante da classe dos cumarínicos, medicações que agem inibindo a ação da vitamina K. Esta substância é um cofator essencial na carboxilação de algumas proteínas da cascata de coagulação: os fatores II, VII, IX e X, além das proteínas C e S. Sem esse processo, essas substâncias não conseguem ligar-se ao cálcio e aos fosfolípides para proceder à hemostasia normal. Ou seja, sem a vitamina K, alguns fatores de coagulação têm sua atividade diminuída.

Os cumarínicos são anticoagulantes que agem justamente por meio da inibição de enzimas que reciclam a vitamina K e, assim, a vitamina K não é reutilizada em sua forma ativa e, assim, diminui a carboxilação dos fatores dependentes desse nutriente, como mostra a imagem abaixo. Isso levará ao efeito antitrombótico da medicação, além de prolongar, principalmente, o TP/INR (tempo de protrombina), principal instrumento laboratorial para monitorarmos o efeito da warfarina.

É importante lembrar que a warfarina demora alguns dias até atingir seu efeito antitrombótico, isto porque é o tempo necessário para esgotar os fatores de coagulação que já utilizaram a vitamina K. Assim, quando iniciamos o uso dos cumarínicos, devemos sempre ter outro anticoagulante associado, habitualmente heparina, enquanto aguardamos que a anticoagulação oral atinja seu alvo. E qual esse alvo, Estrategista? Para a maioria das indicações, devemos manter o INR/TP entre 2 e 3.

É justamente o que a questão nos pergunta e, por isso, a resposta correta é a alternativa C.