Câncer de Pele: o que é, tipos e muito mais!

Câncer de Pele: o que é, tipos e muito mais!

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O que é o câncer de pele?

Câncer de pele é uma categoria que abrange diversos tipos de neoplasias localizadas na pele. O grau de malignidade, prognóstico, estadiamento, características clínicas e histológicas variam entre um e outro. A nomeação específica deles se dá pelo tipo celular que sofreu as alterações e desencadeou o câncer, que pode começar em diferentes porções da epiderme.

No Brasil, esse tipo de câncer é o mais prevalente, com quase 25% dos diagnósticos de tumores malignos, sendo registrados mais de 180 mil casos novos todos os anos. Como em outros cânceres, a proliferação celular desregulada parece ter uma carga hereditária importante, junto com fatores ambientais desencadeadores

Dentre os hábitos de vida do indivíduo, a exposição solar prolongada, principalmente aos raios ultravioleta, é o principal fator relacionado.

Tipos de câncer de pele

A principal divisão utilizada na classificação dos cânceres de peles é entre os melanomas e não melanomas. Estes últimos são mais frequentes, porém possuem menor mortalidade. Dentre os não melanomas, os principais tipos são os carcinomas basocelulares e espinocelulares.

Carcinoma basocelular (CBC)

É um tumor originado nas células da camada basal da epiderme, ele pode ser invasivo, entretanto raramente metastatiza. Uma característica importante, inclusive na diferenciação com o espinocelular, é que o CBC não produz queratina.

O tumor corresponde a 70-80% dos tumores cutâneos e é originado quando as células basalóides tornam-se pluripotentes anaplásicas.

Os locais frequentemente acometidos são: porção esternal do tórax, tronco e ⅔ superiores da face. A exposição solar crônica e a pele clara costumam ser os principais fatores de risco associados. O CBC pode ainda ser classificado em 4 tipos principais: 

  • Sólido ou nodular, podendo apresentar ulcerações;
  • Esclerosante que, quando localizado próximo a fendas naturais, pode estar associado a doença genética. A invasão de planos mais profundos é comum, estando relacionada a pior prognóstico;
  • Superficial esse tem como característica apresentar lesões eritemato-descamativas e pode ser multifocal; e
  • Pigmentado.

O carcinoma basocelular possui bom prognóstico em mais de 90% dos casos, porém, seu diagnóstico precoce pode evitar maiores complicações. Dessa forma, o médico deve se atentar a queixas de feridas que não cicatrizam.

Carcinoma Espinocelular (CEC)

Pode possuir diferentes nomes como carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermóide. Ele é um tumor localmente agressivo, com invasão tecidual acelerada, mas raramente apresenta metástases à distância. O CEC pode apresentar hiperprodução de queratina, já que está localizado em uma camada mais superior da epiderme.

O tumor corresponde a 20-25% dos tumores malignos de pele e é originado pela proliferação atípica de células da camada espinhosa da epiderme

Os locais mais frequentemente acometidos são face, orelhas, braços e mãos, além do lábio inferior – que entra na classificação de câncer de boca. Vale notar que todos esses locais, normalmente, são os mais expostos à radiação solar.

O CEC apresenta diferentes manifestações dependendo da localização. Em mucosas, pode apresentar leucoplasia, infiltração e aspecto de vegetação; já na pele, o mais comum é apresentar queratose, nódulos, ulcerações, além da infiltração e aspecto de vegetação.

Os fatores de risco para seu desenvolvimento continuam com destaque para exposição solar e histórico familiar positivo. Entretanto, fatores como radiodermite, cicatrizes profundas, doenças de pele, síndromes genéticas, exposição a agentes químicos como alcatrão e arsênio, tabagismo e cicatrizes antigas, principalmente aquelas relacionadas às queimaduras e infecção por HPV, também são considerados de risco.

Melanoma

O melanoma é uma neoplasia originada nos melanócitos da pele – células responsáveis pela síntese da melanina. É o mais agressivo e letal de todos os tumores de pele, entretanto, corresponde a apenas 5% de todos os casos. O melanoma pode originar-se ‘de novo’, ou seja, sem uma lesão pré-existente, ou pode originar-se de um nevo melanocítico.

Os nevos são agrupamentos de melanócitos e manifestam-se pela formação de pintas. Eles podem evoluir com certo grau de malignidade, caracterizando um melanoma.

Dessa forma, pintas, em geral, precisam de uma avaliação clínica cuidadosa. Os sinais de malignidade frequentemente associados a elas compõe a regra do ABCDE:

  • Assimetria: nevos muito assimétricos em seu formato precisam ser monitorados;
  • Bordas: bordas irregulares possuem maior chance de evolução para melanoma;
  • Cor: nevo com cor heterogênea, possuindo diferentes tonalidades em sua composição, é um sinal importante de atenção;
  • Diâmetro ou o tamanho: quando maior de 6 mm apresentam maior risco de malignidade; e
  • Evolução: principalmente a análise do crescimento anormal e irregular.

Os melanomas são classificados histologicamente utilizando-se, frequentemente, duas escalas diferentes que ajudam no prognóstico e direcionamento do tratamento da lesão, são elas:

  • Nível de Clark: varia de 1 a 5 e avalia a profundidade histológica da lesão. O nível 1 corresponde a forma ‘in situ’, quando o melanoma é contido e apresenta melhor prognóstico. Já no nível 5, a neoplasia já invadiu até a hipoderme junto com o tecido adiposo e possui um prognóstico muito mais reservado; e
  • Índice micrométrico de Breslow: mede em milímetros a invasão tecidual do melanoma. Quanto maior for a profundidade da lesão, mais reservado é o prognóstico do paciente, nesse caso, um valor maior do que 4 mm, já mostra um tumor grave.

Doença de Bowen

É um tipo de CEC ‘in situ’, nesse caso, as atipias celulares do epitélio acometem toda a espessura da epiderme. Microscopicamente, observa-se um desarranjo estrutural, mas a membrana basal encontra-se íntegra.

Como começa um câncer na pele?

Os cânceres de pele do tipo não melanomas, normalmente, começam com feridas comuns que não cicatrizam, que podem aumentar ou não. Quando pequenas feridas ficam abertas por semanas, é importante fazer uma avaliação clínica cuidadosa.

Já os melanomas podem começar a partir de um nevo melanocítico, uma pinta, ou começar sem um sinal prévio, nesse caso sendo classificados como ‘de novo’.

Quais os sintomas do câncer de pele?

O câncer de pele é uma doença, muitas vezes, silenciosa. Entretanto, os sinais mais frequentemente relacionados aos carcinomas são feridas que não cicatrizam por um período longo de tempo. As lesões podem coçar, assumir aspecto eritemato-descamativos, sangrar ou até apresentar ulcerações com conteúdo purulento.

Já no caso dos melanomas, os principais sinais são pintas, que pela regra do ABCDE, podem possuir sinais de malignidade.

Principais causas

O câncer possui causa multivariada, sabe-se que há um forte componente hereditário em associação com fatores ambientais. Dentre os fatores ambientais, os principais são:

  • Exposição solar;
  • Pele clara, principalmente fototipos l e ll da escala de Fitzpatrick;
  • Tabagismo, principalmente relacionado aos carcinomas que se desenvolvem na mucosa oral;
  • Pode ter associação com algumas infecções virais, principalmente por HPV, alguns casos podem se relacionar com osteomielite também;
  • Exposição à radiação não solar, como radioterapia; e
  • Contato com substâncias químicas como arsênio, hidrocarbonetos entre outros.

Diagnóstico

O diagnóstico é basicamente clínico e realizado por um dermatologista. A avaliação precisa conter a história tanto da lesão quanto do indivíduo, a aplicação da regra do ABCDE, e em muitos casos a dermatoscopia é utilizada, aumentando o grau de certeza e precisão do diagnóstico.

A biópsia excisional pode ser solicitada para a avaliação histopatológica, que além de verificar a presença da neoplasia, permite classificá-la e verificar o prognóstico e estadiamento do tumor.

Vale ressaltar que o diagnóstico precoce dos cânceres de pele estão associados com melhor prognóstico para o doente.

Tratamento

O principal objetivo do tratamento é a remoção do tumor.

O tratamento cirúrgico com remoção do tumor e avaliação histopatológica das margens é o mais frequentemente indicado. Algumas outras condutas menos comuns são: quimioterapia tópica, eletrocauterização, cauterização química e crioterapia. 

Para  tumores mais agressivos, principalmente os melanomas com nível de Clark e índice de Breslow mais graves, outras terapias adjuvantes podem ser necessárias. Normalmente, a mais indicada é a radioterapia pós-cirúrgica. Entretanto, a linfadenectomia pode ser necessária para evitar possíveis metástases.

A prevenção também merece destaque, ela é feita por meio da diminuição da exposição solar, com protetores físicos – como as roupas – e químicos – como os filtros solares. Além disso, parar de fumar e prestar atenção em feridas e pintas com comportamento diferente ajudam na prevenção do câncer de pele.

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