Colite: o que é, sintomas, causas e mais!

Colite: o que é, sintomas, causas e mais!

Quer saber o que é Colite? O Estratégia MED separou para você as principais informações sobre o assunto. 

O que é colite?

Colite é uma inflamação do cólon que pode estar relacionada a diversas etiologias, tais como: doenças autoimunes, infecções e isquemia.

Quais são os sintomas da colite?

Os sintomas da colite são diversos e, por muitas vezes, inespecíficos, o que pode confundir o médico na hora de fazer o diagnóstico. Podemos citar os seguintes:

  • Dor abdominal;
  • Fezes sanguinolentas;
  • Diarreia;
  • Constipação;
  • Febre;
  • Gases;
  • Distensão abdominal.

Para uma boa caracterização da colite, é fundamental que o médico proceda com uma anamnese cuidadosa, a fim de investigar os sintomas de forma profunda. Dessa maneira, é importante atentar-se para os seguintes aspectos:

  • Quando os sintomas começaram;
  • Qual a frequência deles;
  • Se o paciente comeu algo diferente do habitual antes da manifestação dos sintomas;
  • Como é usualmente a alimentação do paciente;
  • Se há algum alimento que provoca a piora dos sintomas;
  • Se o paciente viajou recentemente para um local com saneamento básico precário;
  • Caracterizar a dor conforme intensidade, localização e padrão;
  • Investigar doenças prévias;
  • Perguntar sobre medicações que o paciente utiliza;
  • Questionar sobre os hábitos do paciente, tais como etilismo e tabagismo;
  • Investigar outros sintomas presentes fora do trato gastrointestinal.

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O que provoca a colite?

Como já apontado, a colite pode ter etiologias diversas. Dentre as principais estão:

  • Doença inflamatória intestinal, sendo que as mais relevantes são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa;
  • Causas infecciosas, como Shigella sp., E. coli, Clostridium difficile;
  • Causas isquêmicas.

Colite ulcerativa e doença de Crohn

A doença de Crohn e a colite ulcerativa situam-se dentro de um grupo maior que é a doença inflamatória intestinal (DII). A DII é uma condição crônica que resulta da interação da microbiota intestinal e da resposta imune do paciente, que é ativada de forma inapropriada. 

Apesar dessa semelhança, a doença de Crohn e a colite ulcerativa afetam o cólon de formas diferentes e possuem apresentações clínicas diversas entre si. 

Na doença de Crohn, podemos citar as seguintes características:

  • Pode envolver qualquer segmento do trato gastrointestinal. Afeta comumente o íleo terminal e cólon, em lesões saltatórias;
  • Causa inflamação transmural;
  • Provoca úlceras profundas;
  • Pode levar à síndrome de má absorção intestinal;
  • Possui manifestações extraintestinais como uveíte, poliartrite migratória, sacroileíte, espondilite anquilosante, eritema nodoso e baqueteamento digital.

Já na retocolite ulcerativa, temos as seguintes manifestações:

  • Afeta o reto e o cólon, sem envolvimento ileal;
  • A distribuição das lesões é difusa;
  • A inflamação afeta apenas mucosa e submucosa;
  • Possui úlceras superficiais;
  • Não causa síndrome de má absorção intestinal;
  • Não afeta o restante do trato gastrointestinal;
  • Potencial de malignização;
  • As manifestações extraintestinais se sobrepõem às da doença de Crohn, sendo basicamente as mesmas.

O tratamento da colite ulcerativa é feito com a utilização de compostos à base de 5-ASA, como mesalazina, cujo objetivo é induzir e manter a remissão da inflamação. Se não houver resposta, é possível fazer uso de glicocorticóides, como prednisona, para controlar uma colite ulcerativa classificada entre moderada e grave.

A utilização de glicocorticóides também tem importância no tratamento da Doença de Crohn moderada a grave. A taxa de remissão chega a ser de 60% a 70%. Na Doença de Crohn ativa pode-se utilizar também metronidazol e ciprofloxacino por curtos períodos de tempo. 

Atualmente, existem tratamentos com imunobiológicos para tratar a doença inflamatória intestinal, como infliximabe e adalimumabe. 

Enterocolite infecciosa 

As enterocolites infecciosas são um grave problema de saúde pública, de tal forma que são as principais causas de morbimortalidade no mundo todo, especialmente em países com saneamento básico e assistência à saúde deficitárias. Confira os principais tipos de enterocolite infecciosa abaixo. 

Shiguelose

Shigella sp. são bactérias gram-negativas responsáveis por causar diarréia sanguinolenta. Sua transmissão acontece por ingestão de água e alimentos contaminados. A dose infecciosa é extremamente baixa, uma vez que basta menos de 100 bactérias para ocorrer a infecção. Provoca até 75% das mortes por diarreia e é uma das principais causas dessa doença na infância. 

A infecção afeta mais o cólon esquerdo, porém pode envolver até o íleo. É uma doença autolimitada, que progride para fase disentérica. O tratamento é feito com antibióticos, a fim de reduzir a evolução clínica e melhorar o prognóstico. 

Infecção por E. coli

A E. coli é uma bactéria gram-negativa que faz parte da microbiota normal do intestino e geralmente não causam doenças. Entretanto, algumas cepas podem ser patogênicas e se dividem quanto às suas características:

  • E. coli enterotoxigênica – dissemina por via oral-fecal e produz toxina;
  • E. coli enteropatogênica causa lesão de fixação e leva à destruição dos vilos intestinais;
  • E. coli enterohemorrágica – ligada ao consumo de carne e vegetais mal cozidos e leite, produz toxinas que causam disenteria;
  • E. coli enteroinvasiva – invade o epitélio do intestino e causa diarreia sanguinolenta;
  • E. coli enteroagregativa – adere ao enterócito e produz toxinas semelhantes às da Shigella sp

Salmonelose 

O principal agente é a Salmonella enteridis e é transmitido por contaminação de aves, ovos, leite e carne, crus ou mal cozidos. Não são necessárias muitas bactérias para que a infecção se instale e os sintomas são causados por lesão da mucosa intestinal. 

Febre tifoide

É uma enterocolite causada por duas espécies de salmonella: Salmonella typhi e Salmonella paratiphy. A transmissão pode acontecer entre pessoas ou por meio de alimentos e de água contaminados. Na fase aguda, a doença se manifesta em dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia sanguinolenta. 

Já a segunda fase é assintomática, mas é seguida por outra em que os sintomas são bacteremia e febre. Se o tratamento com antibióticos não for iniciado, podem ocorrer complicações graves e até fatais, como encefalopatia, meningite, endocardite, pneumonia, etc. 

Colite pseudomembranosa

É causada pela infecção por Clostridium difficile e geralmente ocorre após a utilização de antibióticos, que alteram o equilíbrio da microbiota colônica. 

Caracteriza-se pela formação de pseudomembranas nos locais onde há lesão da mucosa do cólon. Tais pseudomembranas são compostas por uma camada de células inflamatórias e debris celulares. 

A C. difficile é uma bactéria relativamente comum nos hospitais, de forma que pode ser fonte  de infecção hospitalar. Os sintomas são diarreia aquosa, cólicas, desidratação e febre. O tratamento é realizado com metronidazol ou vancomicina. 

Colite isquêmica

A colite isquêmica pode ser confundida na clínica com a doença inflamatória intestinal, já que às vezes apresenta -se como um quadro crônico.  Se a isquemia for passageira, remitirá de forma espontânea. No entanto, se a doença se manter, pode levar à fibrose do intestino e causar o estreitamento da luz intestinal. 

Alguns fatores de risco, associados à colite isquêmica, são: idade, reparo de aneurisma de aorta e doenças cardiovasculares graves. A apresentação clínica traz dor súbita no quadrante inferior esquerdo e eliminação de sangue vivo pelo ânus. Exames complementares podem ser necessários para elucidação diagnóstica, a depender do quadro.

O tratamento pode envolver analgesia, anticoagulação, antibióticos, ou até ressecção do intestino isquêmico e colocação de bolsa de colostomia. 

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