O exantema súbito faz parte das doenças exantemáticas da infância, grupo de doenças comuns nos atendimentos pediátricos, sendo seu reconhecimento importante para o correto manejo e evitar intervenções desnecessárias. Por este motivo, confira os principais aspectos referentes à esta doença que aparecem nos atendimentos e que são bastante cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao exantema súbito.
- A doença é causada principalmente pelo herpesvírus humano 6, um vírus encontrado na família Herpesviridae.
- A doença comumente apresenta pródromos marcados por febre alta de 3 a 5 dias.
- O exantema acontece cronologicamente à medida que a febre da criança diminui ou cessa, surgindo como uma erupção macular esbranquiçada súbita começando no pescoço e tronco e espalhando-se para a face e extremidades.
- A convulsão é uma complicação que ocorre em até 15% dos casos, geralmente devido a febre.
- A maioria das crianças com ES recupera-se espontaneamente sem sequelas. O tratamento é de suporte, focado em medicações para controle da febre, como paracetamol, e hidratação.
Definição da doença
O exantema súbito (ES), também chamado de roséola infantil ou sexta doença, é uma doença exantemática da infância causada pela infecção pelo herpesvírus humano 6 (HHV-6) ou, menos frequentemente, pelo herpesvírus humano 7 (HHV-7).
Epidemiologia e fisiopatologia do exantema súbito
O ES é uma doença mais comum em lactentes, com pico de prevalência entre 7 e 13 meses e cerca de 90% dos casos ocorrendo em crianças menores de dois anos. Não apresenta distinção entre os sexos, mas ocorre igualmente em homens e mulheres. A transmissão ocorre principalmente pela saliva através de gotículas respiratórias.
A doença é causada principalmente pelo herpesvírus humano 6, um vírus encontrado na família Herpesviridae, conhecido por ter menos tropismo celular do que outros membros da mesma família. O vírus se replica mais comumente nos leucócitos e nas glândulas salivares durante a infecção primária e, portanto, estará presente na saliva.
A patogênese da erupção cutânea não é clara, mas pode resultar da formação de imunocomplexos, visto que se desenvolve após a fase virêmica da doença coincidindo com o desenvolvimento de anticorpos para HHV-6. Após infecção primária, o HHV-6 permanece latente em linfócitos e monócitos com as glândulas salivares e tecido cerebral abrigando infecção persistente por HHV-6.
Manifestações clínicas do exantema súbito
A doença comumente apresenta pródromos marcados por febre alta de 3 a 5 dias e muitas vezes acompanhada de irritabilidade, embora a maioria das crianças com roséola sejam de boa aparência, ativas e alerta.
O exantema acontece cronologicamente à medida que a febre da criança diminui ou cessa, surgindo como uma erupção macular ou maculopapular esbranquiçada súbita, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes, às vezes difíceis de distinguir de outras doenças exantemáticas.
Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de curta duração entre 24 a 72 horas sem descamação ou prurido.
#Ponto importante: Em crianças que recebem antibióticos, o início tardio da erupção frequentemente é mal interpretado como uma alergia a medicamentos.
A roséola geralmente é uma doença benigna e autolimitada, mas eventualmente bebês infectados com HHV-6 podem desenvolver complicações que podem incluir convulsões febris (entre 10 a 15% dos casos), meningite asséptica, encefalite e púrpura trombocitopênica.
Diagnóstico de exantema súbito
O diagnóstico é prioritariamente clínico, baseado na história natural da doença e características clínicas do exantema. Crianças com roséola podem apresentar neutropenia relativa e linfocitose atípica leve. A sorologia IgM ou IgG anti-HHV-6 pode auxiliar no diagnóstico.
O diagnóstico diferencial do exantema súbito inclui as outras doenças exantemáticas, sendo que as provas de residência médica adoram compará-la com sarampo ou rubéola, por serem causadoras de erupções maculopapulares. Outros diagnósticos diferenciais incluem alergia a medicamentos.
O ES pode causar piúria estéril em até 15% dos pacientes, sendo que pode ser confundida durante a fase febril com uma infecção do trato urinário (ITU) quando há apenas febre e piúria na fase prodrômica. Os resultados da cultura de urina acabarão por diferenciar ITU de roséola nessas crianças.
Tratamento de exantema súbito
A maioria das crianças com ES recupera-se espontaneamente sem sequelas. O tratamento é de suporte, visando controle da febre pelo risco de convulsão febril nas crianças menores. Pode ser controlada com antipiréticos como paracetamol.
Não há tratamento específico para as lesões, que geralmente evoluem com melhora espontânea. Como não há prurido associado, geralmente não causa desconforto ao bebê.
Prevenção
A transmissão do herpesvírus humano 6, o agente etiológico mais comum, provavelmente resulta da disseminação assintomática do vírus nas secreções de contatos próximos, o que é difícil de prevenir. Na vigência de doença sintomática, medidas simples de higiene como lavar as mãos podem ajudar a prevenir a propagação. Atualmente não há vacinação ou terapia antiviral para a fase aguda deste vírus.
Veja também:
- Resumo de doenças exantemáticas na infância: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de dermatite atópica
- Resumo de convulsão febril: fisiopatologia, classificação, profilaxia
- Resumo da escarlatina: diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- C Tremblay et al. Roseola infantum (exanthem subitum). 2023, UpToDate.
- JA Silva et al. Abordagem Diagnóstica das Doenças Exantemáticas na Infância. Rev Med Saude Brasilia 2012. Disponível em: Fiocruz.
- Mullins TB, Krishnamurthy K. Roseola Infantum. [Updated 2022 Aug 21]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK448190/
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