Endometriose: o que é, sintomas e muito mais!

Endometriose: o que é, sintomas e muito mais!

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O que é endometriose?

A endometriose é a presença de tecido que se assemelha ao endométrio fora da cavidade uterina. Está presente predominante na pelve, podendo se localizar fora dela.

É uma doença benigna e crônica, com etiologia multifatorial e é estrogênio-dependente. Atinge principalmente mulheres em idade reprodutiva, entretanto é possível ocorrer em outras fases da vida. Estima-se que 5 a 10% da população feminina em idade reprodutiva apresente essa condição. 

Causas da endometriose

A endometriose foi dividida sob seus aspectos morfológicos e clínicos em três formas: a peritoneal, a ovariana e a profunda. A primeira é caracterizada pela presença de implantes superficiais no peritônio, a segunda por implantes superficiais ou cistos – chamados de endometriomas – no ovário e a última por lesões penetrantes no espaço retroperitoneal ou na parede de órgão pélvicos com profundidade de 5mm ou mais. 

A fisiopatologia da endometriose é controversa e há discussões se há uma origem única para as três formas ou se cada uma tem uma causa distinta. 

Atualmente, a teoria mais aceita é a postulada por Sampson, denominada teoria da menstruação retrógrada, que sugere  a existência de refluxo tubário do fluxo menstrual e, em mulheres hormonal e imunologicamente propensas, as células endometriais se implantam no peritônio e nos órgãos pélvicos causando a doença.

Sintomas

Os principais sintomas da doença são:

  1. Dismenorreia – dor durante o período menstrual;
  2. Dor pélvica crônica;
  3. Dispareunia – presença de dor durante relações sexuais;
  4. Alterações urinárias – tais como disúria, hematúria e urgência miccional;
  5. Alterações do hábito intestinal; e
  6. Dificuldade para engravidar. 

Quanto mais complexa a forma da doença, geralmente, mais exuberante é o quadro clínico e mais difícil é o tratamento. 

Diagnóstico

Em 70% dos casos, é possível concluir o diagnóstico com os sintomas associados ao exame físico. Neste último, a presença de nódulos ou rugosidades escuras em fundo de saco posterior no exame especular sugerem a doença. Ao toque, útero com pouca mobilidade pode indicar aderências pélvicas, já massas anexiais podem se relacionar a endometriomas.

Como exames complementares, o ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética são os métodos de escolha para detecção da endometriose. A ressonância é o exame padrão-ouro para o diagnóstico, pois tem altíssima sensibilidade e especificidade. Entretanto, o primeiro é mais utilizado dada a sua melhor disponibilidade no sistema de saúde e valor mais acessível em relação ao segundo. 

Na ultrassonografia, o achado mais característico de endometriose é a presença de endometriomas, que apresentam imagem com ecotextura homogênea e hipoecogênica. Já em relação à ressonância computadorizada, podem aparecer pequenos implantes infiltrativos, lesões sólidas profundas e endometriose visceral com envolvimento das paredes do reto e da bexiga.  Os primeiros e os últimos apresentam hipersinal na imagem, ao passo que as lesões sólidas têm hipossinal ou sinal intermediário

Tratamento

Por se tratar de uma doença crônica, o acompanhamento clínico deve ser feito durante toda a vida reprodutiva da mulher, visto que é nessa fase onde há mais sintomas. O tratamento deve ser direcionado pelas queixas da paciente e pela localização e extensão da doença.

Na ausência de indicação para cirurgia, o manejo clínico é eficaz no controle da dor pélvica. O uso de progestagênios de forma contínua inibe o crescimento endometrial, reduzindo os sintomas. Pode ser utilizado por via subcutânea, oral, intramuscular ou DIU ou em contraceptivos combinados. 

A cirurgia é indicada quando o tratamento clínico é ineficaz ou contraindicado, com o objetivo de retirar os focos de endometriose ou endometriomas. Mulheres com dificuldade de engravidar devem ser acompanhadas e, se necessário, deve ser ofertada a possibilidade de fertilização in vitro.

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