Ibuprofeno: indicações, farmacologia e mais!

Ibuprofeno: indicações, farmacologia e mais!

Quer saber mais sobre as principais características do ibuprofeno? O Estratégia MED preparou um resumo com todas as informações sobre a medicação.

Visão geral do ibuprofeno

O ibuprofeno é um medicamento integrante da classe dos anti-inflamatórios não esteroides que possui propriedades analgésicas e antipiréticas com grande aplicação na clínica. Sua principal via de administração é a oral.

Indicações e dosagem

O ibuprofeno é indicado para dores em geral, como dismenorreia, dores musculares, cefaleia e dor de dente. Também pode ser utilizado para melhora sintomática de gripes e resfriados, combatendo a febre e o mal-estar geral. 

A apresentação do medicamento é feita geralmente em comprimidos de 400mg, utilizada para maiores de 12 anos de idade e em suspensão oral 20mg/ml, que pode ser utilizada por maiores de 6 meses de idade. 

A dose para adultos e adolescentes, acima de 12 anos, é um comprimido de 400 mg de 1x a 3x ao dia, respeitado o intervalo de 4 a 6 horas entre as doses. Nessa faixa etária, a suspensão oral pode ser de 10 ml em dose única até 4 vezes ao dia ou 20 ml de 1x a 3x ao dia. Em ambas as formulações, a dose não deve ultrapassar 1200 mg diárias

Para crianças, a dose deve ser ajustada conforme a seguinte tabela:

Peso/IdadeFrequência diáriaDose em cada tomada
7-10 kg (6 a 12 meses)3 vezes 2,5 mL (50 mg)
10-14,5 kg (1 a 2 anos)3 a 4 vezes2,5 ml (50 mg)
14,5-25 kg (3 a 7 anos)3 a 4 vezes5 ml (100mg)
25-40 kg (8 a 12 anos)3 a 4 vezes10 ml (200mg)

Devido ao risco de efeitos adversos da medicação, no caso de necessidade de uso por mais de 3 dias em crianças ou em adultos, no caso de febre, e mais de 5 dias em adultos, no caso de dor, um médico deve ser consultado para avaliação clínica. 

Contraindicações

A medicação é contraindicada para pacientes com hipersensibilidade ao ibuprofeno, ácido acetilsalicílico ou outros anti-inflamatórios não esteroides. Também não deve ser administrado para pacientes com insuficiência cardíaca, hepática ou renal graves ou severamente desidratados.

É contraindicado se houver tendência ou história de hemorragia associada a anti-inflamatórios não esteroides ou com hemorragia ativa. Não deve ser usado no terceiro trimestre de gestação – nos dois primeiros só deve ser usado se claramente necessário.

Efeitos adversos do ibuprofeno

Os principais efeitos adversos relatados são hipersensibilidade, tontura, dispepsia, dor abdominal, constipação, náuseas, vômitos, constipação, hematêmese, hemorragia gastrointestinal e melena. O uso prolongado da medicação também pode levar a insuficiência renal. 

Características farmacológicas do ibuprofeno

Farmacodinâmica do ibuprofeno

O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroidal que deriva do ácido propiônico e possui ação anti-inflamatória, antitérmica e analgésica. Também inibe a agregação plaquetária de forma reversível. 

Seu principal mecanismo de ação é a inibição da atividade da enzima ciclo-oxigenase, que participa da síntese das prostaglandinas, de maneira que reduz a síntese dessas últimas, o que promove o alívio sintomático da inflamação, dores e febre. 

Farmacocinética

O ibuprofeno é absorvido rapidamente no trato gastrointestinal com biodisponibilidade de 80 a 90%. Seu pico plasmático ocorre entre 1 hora e 2 horas após a administração, nas formulações que possuem liberação imediata. Essa droga se liga de maneira extensiva às proteínas plasmáticas. Possui excreção renal e a meia-vida da substância é de 2 horas. 

Paciente pediátrico

A administração para crianças entre 6 meses e 2 anos de idade deve ser feita sob orientação médica. O médico também deverá ser consultado caso a criança não esteja ingerindo líquidos ou esteja com diarreia e vômitos. 

Paciente idoso

O ibuprofeno deve ser usado com cuidado em pacientes idosos, especialmente pelo maior risco de reações adversas, como hemorragia gastrointestinal, que pode levar esses pacientes ao óbito.

Gestantes

Há um aumento de risco de aborto, má formação cardiovascular e gastrosquise no uso de inibidores da síntese das prostaglandinas nos primeiros trimestres da festação. Assim, a medicação não deve ser utilizada em gestantes nos dois primeiros trimestres, exceto se os benefícios superarem muito os riscos

No terceiro trimestre, o uso da medicação é completamente vedado, pois, pode levar ao fechamento prematuro do canal arterial ou disfunção renal no feto, características compartilhadas por todos os demais inibidores da síntese das prostaglandinas.

Advertências e precauções do ibuprofeno

A medicação não deve ser utilizada com outros anti-inflamatórios não esteroidais, pelo risco de efeitos aditivos. Pode inibir temporariamente a função plaquetária, predispondo o paciente a hemorragias. 

Deve ser usado com cautela em pacientes com hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca, pois pode causar a retenção de fluidos e edema. Como os demais anti-inflamatórios não esteroidais, aumentam o risco de hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinais, que são efeitos adversos graves. 

É preciso cautela em pacientes com desidratação grave, pelo risco de insuficiência renal. Além disso, o uso abusivo e prolongado do ibuprofeno pode causar danos renais permanentes. 

Interações medicamentosas do ibuprofeno

O ibuprofeno pode interagir com uma ampla variedade de medicações, como diuréticos, inibidores da ECA, betabloqueadores e antagonistas da angiotensina II, ao reduzir o efeito dessas drogas. 

Também aumenta o nível sérico de lítio e de metotrexato, aumenta o risco de nefrotoxicidade com a ciclosporina, diminui a eficácia da mifepristona, aumenta o efeito de anticoagulantes como a varfarina e potencializa o efeito das sulfonilureias, o que pode levar a hipoglicemia. 

Superdosagem ou intoxicação

Não se sabe exatamente qual a dose que pode levar a manifestações de toxicidade nos humanos, entretanto a maioria dos pacientes que ingeriram grande quantidade de ibuprofeno manifestaram sintomas de superdose entre 4 e 6 horas.

Os principais sintomas relatados são: náuseas, vômitos, dor abdominal, letargia, sonolência, cefaleia, zumbido, tontura, convulsão, perda da consciência, nistagmo, acidose metabólica, hipotermia, efeitos renais, sangramento gastrointestinal, hipotensão, bradicardia, entre outros. 

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Referências bibliográficas:

Curso Intensivo de Residência Médica - Estratégia MED
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