Com o passar dos anos e envelhecimento é natural que durante o processo de senescência haja alterações do metabolismo humano que resultem em queda da qualidade e função de diversos órgãos. Contudo, há situações muito comuns em que essa pior funcionalidade gera resultados patológicos. Falaremos agora da osteoporose, doença comum e que é importante fator de risco para morbidade e, por vezes, aumento de mortalidade! Leia conosco e vamos aprender.
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Definição de osteoporose
Por definição, a osteoporose se caracteriza como doença osteometabólica, na qual há redução da densidade mineral óssea (DMO) e desarranjo estrutural da microarquitetura óssea.
Fatores de risco para osteoporose
Um dos principais temas cobrados nas provas e processos seletivos englobam os fatores de risco que levam à osteoporose. Saber e dominar esse tema será crucial para uma boa nota nesse assunto. Vamo a eles:
- Idade avançada
- Sexo feminino
- Raça branca
- Artrite reumatóide
- Uso de glicocorticóide crônico
- Baixo IMC
- Sedentarismo
- Tabagismo ativo
- Imobilização prolongada
- Sarcopenia
- Baixa ingesta de cálcio
- Elevada ingestão de bebidas alcoólicas
- Deficiência de vitamina D
Associado aos fatores que levam ao risco da osteoporose, devemos levar em conta fatores que influenciam no risco relativo a quedas. Um indivíduo que sofra uma queda espontânea com osteoporose terá elevado risco a fraturas patológicas, condição a qual que aumenta em muito a morbidade e mortalidade desse paciente.
Alguns fatores que influenciam o risco de queda são:
- Doenças neurológicas que afetam o movimento;
- Fragilidade;
- Déficit auditivo;
- Medicamentos hipnóticos; e
- Fatores ambientais: iluminação, calçados, entre outros.
Fisiopatologia da osteoporose
A formação da massa óssea se inicia durante a vida intra-uterina e atinge seu pico entre os 20 e 30 anos. Diversos fatores influenciam na massa óssea, entre elas podemos citar a genética, ingestão de cálcio e fatores ambientais como alimentação e atividade física.
As principais células envolvidas no processo de produção óssea e reabsorção são: o osteoclasto e o osteoblasto.
O osteoclasto tem como função de reabsorção óssea. Já o osteoblasto apresenta função de produzir matriz óssea.
Nessa grande homeostase do arcabouço ósseo, há ação de diversos hormônios e influência de íons diversos que irão regular para que lado iremos – seja o de reabsorção, ou seja, o de formação. Algumas substâncias são mais notáveis e devemos lembrar pela sua grande importância:
- RANK-L: o RANK ligante é uma substância secretada pelos osteoblastos que quando ligada no pré-osteoclasto o estimula a iniciar processo de reabsorção óssea. Tal ligação é feita no receptor RANK; e
- Osteoprotegerina: a osteoprotegerina, por outro lado, é uma substância também secretada pelos osteoblastos que tem como função proteger o osso já que acaba por inativar o RANK-L.
Vimos acima que a mesma célula produz partículas que influenciarão tanto no processo de formação óssea quanto no de reabsorção óssea. Isso indica o quão complexo e dinâmico é esse processo!
Etiologia da osteoporose
Para classificar as causas e etiologias da osteoporose podemos dividi-las em três categorias:
- Primária: forma mais prevalente decorrente da redução de esteroides sexuais;
- Senil: decorrente do envelhecimento fisiológico; e
- Secundária: causada por alguma doença ou uso de medicamento que influi no metabolismo ósseo.
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Quadro clínico e diagnóstico da osteoporose
O quadro clínico da osteoporose tende a ser frusto. De forma icônica, o principal sintoma da osteoporose é uma fratura por fragilidade.
O enfraquecimento ósseo não irá repercutir em sintomatologia rebuscada até a ocorrência de uma fratura. Dessa forma, realizamos o diagnóstico de osteoporose seja pelas fraturas ou quando realizamos o rastreamento.
Rastreamento osteoporose
Devemos realizar a DMO (densitometria mineral óssea) na seguinte população:
- Homem acima de 70 anos
- Mulheres acima de 65 anos
- Mulheres entre 50-65 anos ou homens entre 50-70 anos com algum fator de risco (baixo peso corporal, fratura anterior, uso de medicamentos que induzem osteoporose, entre outros)
Densitometria mineral óssea
- T-score: valor de comparação com um indivíduo que atingiu o pico de massa óssea, em média jovens entre 20 e 30 anos de idade.
Maior ou igual a -1: normal
Entre -1 e -2,5: osteopenia
Menor que -2,5: osteoporose
A presença de fratura por fragilidade define o diagnóstico de osteoporose, não obstante o valor de T-score.
Outro fator importante, o diagnóstico densitométrico só pode ser feito em homens acima de 50 anos ou mulheres na pós menopausa. - Z-score: comparação entre a mineralização óssea com alguém de idade, sexo e etnia pareada.
Devemos utilizar esse escore quando estamos analisando uma população pediátrica que ainda não atingiu o pico de massa óssea.
Junto ao diagnóstico densitométrico, devemos avaliar o FRAX. Essa ferramenta analisa múltiplas variáveis para calcular o risco de fratura do paciente. Tal uso de ferramenta permite que se introduza o tratamento farmacológico caso haja alto risco para fratura nos próximos anos. Em geral, pacientes com risco de fratura de colo do fêmur superior a 10% ainda que com osteopenia deve receber o tratamento farmacológico
Fraturas de fragilidade
As principais fraturas de fragilidade são:
- Coluna vertebral, principalmente em coluna lombar;
- Colo do fêmur; e
- Punho em região de rádio distal.
Tratamento da osteoporose
O tratamento da osteoporose é composto por medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas. De maneira geral, todas as nossas condutas visam o aumento da massa óssea e, como consequência, a redução do risco de fraturas de fragilidade. É de conhecimento da comunidade científica que esses tipos de fraturas são fatores importantes para aumento de morbidade e mortalidade dos nossos pacientes.
Medidas não farmacológicas
- Prevenção de quedas
- Cessação do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas; e
- Aumento da ingestão de cálcio e vitamina D.
Medidas farmacológicas
As medidas farmacológicas são subdivididas em dois grandes grupos de medicamentos. Há aqueles que evitam a destruição da massa óssea e também temos o uso de medicamentos que estimulam a maior formação óssea.
- Antirreabsortivos: bisfosfonatos, denosumabe, moduladores hormonais; e
- Anabólicos: teriparatida, anticorpos monoclonais.
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Referências bibliográficas
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia