ResuMED de reanimação neonatal: reavaliação, reanimação e mais!

ResuMED de reanimação neonatal: reavaliação, reanimação e mais!

Como vai, futuro Residente? O período pré-natal é o queridinho dos examinadores e, nas provas, geralmente há uma questão sobre ele, abordando um tema específico, como a reanimação neonatal. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com todos os passos do procedimento para te ajudar a alcançar sua vaga. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Introdução

A reanimação neonatal é composta por uma sequência de passos, como uma escadinha. Ao longo desse resumo vamos te ajudar a nunca mais esquecer cada uma das etapas!

Bom, vamos supor que nasceu um bebê e você é o médico responsável por ele na sala de parto. Nessa ocasião, você irá se fazer 3 perguntas:

  • 1. O RN tem mais de 34 semanas?
  • 2. O RN respira ou chora?
  • 3. O RN tem bom tônus muscular?

Note que alguns fatores não são considerados nesse primeiro momento, como o aspecto do líquido, a cor, a frequência cardíaca, nem o Escore de APGAR. Seguindo isso, a partir das três perguntas podemos ter duas situações:

  • 1. Respondemos “sim”. Nesse caso está tudo certo e o RN pode ser elevado ao contato pele a pele, ter seu cordão umbilical clampeado tardiamente (de 1 a 3 minutos após o nascimento) e ser amamentado, de preferência já em sala de parto.
  • 2. Caso o bebê não esteja com boa vitalidade, ou seja, em apneia, respiração irregular ou hipotônico, esse RN precisa de ajuda e vamos começar a reanimação neonatal. 

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica, revalidação de diplomas e concursos médicos, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Passos iniciais

A sequência de passos da reanimação neonatal começa pelas manobras menos invasivas, os chamados passos iniciais, composta por 7 passos. É importante que você decore-os, pois alguns examinadores adoram cobrar!

O tempo de realização desses passos deve ser de, no máximo, 30 segundos.

  • Passo 1: levar o RN à mesa de reanimação em um ambiente com temperatura controlada entre 23° e 26°C.
  • Passo 2: colocar o RN sob fonte de calor radiante (os berços de reanimação atuais já trazem essa fonte embutida).
  • Passo 3: posicionar sua cabeça e pescoço em leve extensão para abrir as vias aéreas.
  • Passo 4: deve ser realizado apenas caso haja excesso de secreções em vias aéreas. Consiste em aspirar primeiro a boca e depois as narinas delicadamente. 
  • Passo 5: secar e remover campos úmidos para prevenir hipotermia fetal.
  • Passo 6: reposicionar a cabeça e o pescoço em leve extensão.
  • Passo 7: avaliar a frequência cardíaca e o ritmo respiratório para decidir se há necessidade de manobras adicionais. 

Atenção: 

  • A extensão do pescoço é leve e não hiperestendida.
  • A boca deve ser aspirada primeiro, antes das narinas para minimizar o risco de broncoaspiração.
  • A hipotermia é prevenida com a secagem, retirada de campos úmidos e com a manutenção da temperatura de sala de parto entre 23° e 26°C.
  • A única diferença para os RN com mais de 34 semanas, é que esses não devem ser secos, mas sim envoltos em plástico transparente e colocados em uma doca dupla. 

Reavaliação do recém-nascido

Após os 7 passos iniciais, devemos reavaliar o RN e, para isso, são levados em conta dois parâmetros:

  • Frequência cardíaca: a FC ideal para o RN é de no mínimo 100 batimentos por minuto (bpm). Aqui, o problema é que os métodos de aferição por palpação do cordão umbilical e ausculta do precórdio podem subestimar a frequência cardíaca. A oximetria de pulso é o método mais confiável, mas pode demorar para detectar a FC, por isso a indicação mais precisa é o uso do monitor cardíaco por eletrodos. 
  • Ritmo respiratório: observamos principalmente se o RN possui respiração espontânea e se consegue manter esse ritmo regular. 

A partir disso, podemos ter duas situações distintas: a criança pode ter boa vitalidade ou permanecer em apneia, respiração irregular e/ou FC menor que 100 bpm. No primeiro caso, levamos o RN para o contato pele a pele, e no segundo vamos para outro “degrau”. 

Ventilação por pressão positiva

Caso o RN não tenha uma boa vitalidade, utilizamos a ventilação por pressão positiva (VPP), que deve ser realizada com balão e máscara por mais 30 segundos. A concentração inicial de oxigênio deve ser de 21% (ar ambiente). 

Em maiores de 34 semanas, a VPP deve ser iniciada sempre sem oxigênio ou a 21%

Esta é a manobra mais importante da reanimação, pois infla os pulmões, dilatando a vasculatura pulmonar e promovendo a hematose e a boa oxigenação tecidual. Assim, a frequência cardíaca tende a aumentar, bem como a circulação sanguínea, chegando a órgãos nobres, como o cérebro. Nesse meio tempo, outro profissional já deve estar colocando o oxímetro de pulso e aí sim podemos titular o oxigênio de acordo com a saturação do bebê. Observe a tabela de saturação nos primeiros minutos de vida:

MINUTOS DE VIDASATURAÇÃO IDEAL PRÉ-DUCTAL
Até 570-80%
5 a 1080-90%
Mais de 1085-95%

Segunda reavaliação 

Finalizados os 30 segundos de ventilação com pressão positiva, reavaliamos novamente. Se a FC estiver acima de 100 bpm e a respiração for regular, encaminhamos para a mãe. Caso contrário, realizamos a técnica da VPP antes de prosseguir para outro passo, caso necessário ventilamos por mais 30 segundos na técnica correta.

O golden minute (minuto de ouro) corresponde ao primeiro minuto de vida do recém-nascido, ou seja, os passos iniciais da reanimação (que devem durar no máximo 30 segundos), ocorrem nesse período. Portanto, a VPP deve ser iniciada antes dos 60 segundos de vida do neonato, pois uma ventilação adequada no primeiro minuto de vida é o que diminui a morbidade dos bebês submetidos à reanimação neonatal. 

Intubação orotraqueal, ventilação por cânula, massagem cardíaca e reavaliações

O próximo degrau da reanimação neonatal é a intubação orotraqueal e a ventilação com cânula por mais 30 segundos. A cânula deve ser fixada no lábio superior do RN. Após isso, reavaliamos novamente

Aqui, a FC deve estar acima de 60 bpm, se não estiver, devemos iniciar massagem cardíaca nesse bebê. A compressão torácica deve ser realizada na proporção 3:1, ou seja, três compressões para uma ventilação, sendo a técnica mais adequada a dos dois polegares, pois gera maior pico de pressão sistólica, perfusão coronariana e é menos cansativa. 

A duração da massagem cardíaca deve ser de 60 segundos e, após isso, novamente reavaliamos o RN. 

Métodos invasivos

Caso o RN apresente FC maior que 60 bpm, interrompemos a massagem cardíaca e persistimos na ventilação. Caso apresente FC maior que 100 bpm e respiração espontânea,  interrompemos a ventilação. 

Mas, caso o bebê persista com a FC menor que 60 bpm, iniciamos o passo mais invasivo: cateterismo umbilical venoso e administração de medicamentos. As duas únicas medicações utilizadas em sala de parto são soro fisiológico 0,9% e adrenalina.

Se a criança não responder até esse momento, considera-se razoável interromper as manobras após 10 minutos de assistolia. 

ATUALIZAÇÃO: Reanimação Neonatal – Pediatria

Aproveite e não deixe de assistir uma breve aula exclusiva com a Profª Andrea Makssoudian, contendo novidades nas recomendações de Reanimação Neonatal, tema recorrente nas provas de residência médica e revalidação de diplomas.

Inscreva-se em nosso canal para mais atualizações na área médica, e que farão toda a diferença no seu preparo.

Gostou do conteúdo? Não se esqueça de fazer parte do nosso  time Estratégia MED acessando a nossa plataforma! Lá você encontra tudo o que precisa sobre diversos temas para as provas de Residência Médica, com acesso a videoaulas, resumos, materiais, simulados, bancos de questões e muito mais exclusivamente para você, futuro Residente! Não deixe de conferir!

Não se esqueça de compartilhar com um amigo futuro residente também. Afinal, quem estuda junto, passa junto! 

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também:

Você pode gostar também