ResuMED de indicadores de mortalidade: que são, como funcionam e mais

ResuMED de indicadores de mortalidade: que são, como funcionam e mais

Saudações, meu futuro Residente! Aqui você fica sabendo dos temas mais quentes das principais provas de Residência do país. Nós do Estratégia MED fizemos um levantamento e vimos que indicadores de mortalidade não cai, mas despenca em provas ao redor do Brasil. Por isso, venha com a gente para não perder nada desse assunto importantíssimo! 

Medidas fundamentais de mortalidade

Esse subtema abrange aproximadamente 12% de todas as questões do assunto. fique ligado neste resumo especial que preparamos para você! 

Coeficiente ou taxa geral de mortalidade

O coeficiente é o valor bruto de mortes de um determinado local.Aqui, vale lembrar que para podermos fazer a medição é importante delimitar um recorte temporal e um local a ser analisado. Além disso, é padrão que a medida seja dada por 1.000 habitantes. 

Por exemplo, a cidade X tem 30 habitantes e, desses, morreram 8 no último ano, portanto:

Taxa de mortalidade = (8/30)x1000 = 266,67  óbitos/ 1.000 habitantes.

Esse indicador mostra o risco absoluto de alguém falecer, porém não leva em conta fatores importantes, como estrutura etária, proporção entre homens e mulheres e desastres naturais, que podem afetar  muito esse número; vimos de perto essa influência com o COVID-19. Esse tipo de indicador não é tão específico, funciona com um meio-termo. 

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Mortalidade específica

Segundo nossos especialistas, o mais importante deste tópico é saber quais são os numeradores e denominadores a serem levados em consideração, já que a mortalidade específica por causa é a mais cobrada

Qualquer característica dessa população pode ser utilizada como fator de especificidade, ou seja, idade, gênero, infectados por uma doença, entre outros. 

A fórmula usada é o número de óbitos dentro daquele grupo analisado dividido pelo grupo que estamos especificando. Por exemplo, a mortalidade específica por gênero é o número de homens que veio a óbito em uma determinada população sobre o número de homens que fazem parte daquela população. 

Quando estamos falando de mortalidade específica por causa, temos algumas diferenças; por exemplo, se o grupo especificado for o da população doente, estaremos calculando a letalidade da doença em questão. Dessa forma, em uma cidade do Brasil com população de 10.000 habitantes em que, no mês de fevereiro de 2021, houve um total de 200 casos de Influenza, culminando em 5 mortes: 

Letalidade do Influenza: (5/200)x100 = 2,5% 

Mortalidade específica do Influenza: (5/10.000)x100.000 = 0,5 óbitos por 1.000 habitantes

Para você lembrar: o coeficiente de letalidade é o que leva em conta o indivíduo já pegou a doença; já em mortalidade específica, o indivíduo é passível de pegá-la. 

CUIDADO! Nem todos são susceptíveis a todas as condições, um exemplo clássico e simples para lembrar é que mulheres não são susceptíveis a câncer de próstata

Mortalidade proporcional

É um tipo de indicador de saúde que  avalia a contribuição de uma determinada característica ou causa no total de óbitos, basicamente vendo a influência a de cada fator. Vários fatores e características podem guiar, e como exemplo podemos citar um gestor em saúde planejando para  onde irá alocar mais investimentos:  em uma cidade onde é maior a mortalidade por doenças infecciosas transmitidas pela água, pode-se sinalizar ao gestor que é necessário um investimento maior em saneamento básico. 

Como o universo a ser analisado é o do total de mortes, podemos ver que sempre a soma das causas é 100%, sendo assim, se uma causa abaixa sua contribuição no resultado final, outra aumenta. Podemos segmentar mais ainda a análise: por exemplo, podemos pedir a proporção, dentre os que morrem de doenças infecciosas, de quantos são por gripe, obtendo a proporção que a gripe tem dentre as infecções que afetam a população. 

Letalidade

Esse tema merece uma atenção especial, pois aparece muito em provas, então reserve um local privilegiado para ele em sua memória. 

Existem pegadinhas que tentam enganar os candidatos, que podem confundir mortalidade específica por causa com letalidade, mas, entendendo bem este conceito, vamos garantir a questão. Para tal caso, lembremos que o denominador do cálculo é o número de casos confirmados da doença em questão

Coeficiente de letalidade: (Número de óbitos causados pela doença/Número total de casos confirmados da doença)x100

Com a letalidade é possível fazer a comparação entre condições,  relacionando-se de maneira proporcional com a virulência do agente em caso de doenças infectocontagiosas.

Características biológicas da população, fatores de acesso à saúde e testagem podem afetar na letalidade. Caso haja um maior número de casos confirmados, pode-se esperar uma queda na letalidade. 

Enquanto a incidência calcula o número de casos novos ou confirmados na população em exposição à condição, a mortalidade específica calcula quantos morrem em relação à população exposta já a letalidade indica quantos dos que sem dúvida estão doentes morrem da condição em questão. 

É importante que estejam bem claros esses conceitos, pois, nas provas, a confusão entre eles pode fazer você errar uma questão!

Morbimortalidade materna

Tais dados, pode-se ter um panorama de como anda a cobertura do programa de pré-natal da região em questão, pois tais informações dizem respeito à qualidade da assistência recebida, levando a maior ou menor morbidade para a parturiente.  

Os seguintes indicadores são os mais importantes, com destaque para o RMM:

  • A razão de near miss materno (RNMM);
  • A razão de mortalidade materna (RMM); e
  • A razão de mortalidade materna (RMMt) tardia.

Aqui, é importante compreender o universo com o qual estamos trabalhando:

  • Todas as gestantes e parturientes (até 42 dias após o parto)
    • Complicações potencialmente ameaçadoras de vida(CPAV)
      • CPAV + Falência de órgão = Condição ameaçadora de vida (CAV)
        • Near miss materno(NMM) = CAV + sobrevivência
          • Morte materna

*(CAV = NMM + MM )

Atenção! Cada uma das grandezas acima está contida dentro da outra, ou seja, para que seja uma CAV é necessário que antes seja uma CPAV, por exemplo. 

Razão de near miss materno

O assunto vem crescendo de importância nas provas desde 2017.

Razão de near miss materno (RNMM)= (Número de casos de near miss/Número de nascidos vivos)x 100

Para que seja considerado um near miss, é necessário que antes exista uma condição ameaçadora de vida com o desfecho de sobrevivência, e para classificar CPAV e CAV existem critérios para que não haja dúvida na hora da obtenção de dados. 

Razão de mortalidade materna (tardia)

Estima o risco de uma mulher morrer durante a gravidez em um determinado local e período. Ela detecta se há baixa qualidade de assistência pré-natal, parto e puerpério. 

Razão de mortalidade materna (RMM) = (Número de óbitos maternos/Número de nascidos vivos)x100.000

Se o motivo da morte da mãe é acidental, não é levado em conta nessa estatística. 

A morte da mãe também pode ser tardia, dessa forma consideramos, a partir de 42 dias pós-parto, até 365 dias para tal cálculo. 

Mortalidade em crianças 

Tema quentíssimo para garantir sua vaga e cujos eixos principais das cobranças em provas são o coeficiente de mortalidade neonatal e o pós neonatal, sendo importante saber fazer o cálculo desses indicadores.

Conceitos fundamentais: nascido vivo, óbito fetal, óbito infantil

Nascido vivo é a expulsão ou extração completa do corpo do bebê de dentro do corpo da mãe; apresentando respiração ou qualquer outro sinal vital (batimentos cardíacos, movimentos efetivos, pulsações do cordão umbilical), o produto do nascimento que contenha estas condições é considerado nascido vivo. Caso haja reanimação e o recém-nascido passe a apresentar sinais vitais, ainda assim é considerado nascido vivo. 

Óbito fetal é a morte de um produto de concepção antes de se desvincular do corpo da mãe. Peso > 500 gramas. Em casos de gestação com mais de 22 semanas ou de impossibilidade de avaliar peso e/ou idade gestacional, será considerado o comprimento crânio caudal. 

Óbito infantil é o óbito de um nascido vivo até um ano incompleto de idade

Indicadores de mortalidade infantil 

Coeficiente de mortalidade infantil (CMI) = (Número de óbitos em menores de 1 ano de idade/número de nascidos vivos)x1.000

Coeficiente de mortalidade neonatal (CMN) = (Número de óbitos em menores de 28 dias de idade/número de nascidos vivos)x1.000

Coeficiente de mortalidade pós-natal (CMPN) = (Número de óbitos em maiores de 28 dias e menores de 1 ano de idade/ número de nascidos vivos)x1.000

Analisando as causas das mortes no período perinatal, pode-se perceber que causas de óbito fetal e neonatal podem ser mais atribuídas a condições endógenas, ao passo que o óbito pós-neonatal pode ser atribuído a causas mais exógenas. 

Indicadores especiais de mortalidade proporcional por idade

Aqui, medimos as contribuições de cada faixa etária para o total de óbitos de um determinado local, em um período pré-determinado.  

Vale destacar dois indicadores importantes:

Mortalidade infantil proporcional(MIP) = (Número de óbitos infantis(<1ano)/Óbitos totais da localidade)x100

Índice de Swaroop-Uemura (ISU) = (Número de óbitos >50 anos/Óbitos totais da localidade)x100

Vemos aqui que quanto maior o MIP, menor o ISU, e a composição desses fatores pode ser importante para analisar a saúde em um determinado local; por exemplo, um ISU que varia de 50% até 75% é considerado um indicador de uma boa saúde no local. Graficamente, podemos estratificar o nível de saúde de um local:

Mortalidade

É importante lembrar o formato desses gráficos, porque muitas vezes esse é o ponto da questão. Para ter acesso a mais imagens como essa, confira o material completo do Estratégia MED! 

Média móvel de óbitos (MMO)

Com a pandemia de COVID-19, esse indicador ficou muito falado em noticiários e outros meios de comunicação, por isso é provável que apareça na sua prova. É um indicador sensível e oportuno, pois gera informações em tempo real e é facilmente atualizado. 

MMO = (Óbitos de hoje + óbitos dos 6 últimos dias)/ 7

Este indicador, permite ver a tendência do número de casos e inclusive fazer comparações, por exemplo, ao compararmos médias móveis a cada 14 dias e obtermos um resultado de crescimento maior que 15%, podemos afirmar que o número de casos aumenta significativamente. 

E aí futuro residente já está dominando tudo sobre o tema, indicadores de Mortalidade? O Estratégia MED está aqui para te ajudar a chegar lá!

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