Apesar de estarmos no meio da pandemia de Covid-19, você sabia que a cobertura de vacinação de outros vírus estão em queda e que isso pode, no futuro, trazer novas epidemias à tona? Isso se torna ainda mais claro ao observar que o número de crianças abaixo de dois anos que não foram vacinadas bateu o recorde dos últimos 20 anos e o Brasil enfrenta agora uma queda na vacinação infantil.
Para não deixarmos a importância da vacinação, seja para o público infantil, ou para o público geral de lado, o Estratégia MED traz tudo o que você precisa saber sobre a queda na taxa de adesão aos imunizantes conforme os anos e as problemáticas sobre o assunto.
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Cobertura vacinal infantil é a mais baixa em 20 anos
O que é cobertura vacinal?
A cobertura vacinal é a proporção de crianças menores de um ano de idade que receberam o esquema de vacinação completo, em determinado espaço geográfico, em relação ao total de crianças com a mesma idade na população. Ao passar dos anos, com a cobertura alta e homogênea, pode-se controlar ou até mesmo erradicar determinada doença.
Quando essa queda ocorreu?
Foi durante a pandemia da Covid-19 que o Brasil bateu o recorde de menor cobertura vacinal infantil nos últimos 25 anos. Os dados foram coletados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), pela Agência Fiquem Sabendo. Segundo o estudo, entre as nove principais vacinas indicadas para os bebês, nenhuma atingiu a meta federal de mais de 90% de vacinados.
Conforme o PNI, a cobertura vacinal em 2020 estava apenas em 51% para o público infantil e o ideal, na verdade, seria entre 90 e 95%, para garantir proteção contra doenças como sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite. Lembrando que, em 2019, o Brasil perdeu o seu certificado de erradicação do sarampo. O último ano em que a cobertura infantil alcançou os 90% foi 2015.
Quais são as nove principais vacinas infantis?
Agora que você já sabe sobre a queda envolvendo as nove principais vacinas infantis, o Estratégia MED separou uma tabela para você entender quais são as vacinas e de quais doenças elas protegem. Confira!
Vacina | Doença |
---|---|
BCG | Tuberculose |
Hepatite B (recém-nascidos) | Hepatite B |
Rotavírus humano | Rotavírus |
Meningococo C | Meningite |
Penta | Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus Influenza tipo B |
Pneumocócica | Pneumonia |
Poliomielite | Poliomielite |
Hepatite A | Hepatite A |
Tríplice viral (dose 1) | Sarampo, caxumba e rubéola |
Além disso, no gráfico a seguir você poderá analisar o percentual da cobertura vacinal no Brasil desde 1994. Perceba que a queda na quantidade de crianças vacinadas se destaca em cada uma das vacinas.
Em 2019, a BCG, dada aos recém-nascidos durante a maternidade e previne a tuberculose grave, ficou pela primeira vez em 25 anos sem alcançar a meta federal de 90% de protegidos. Foi o menor percentual de vacinação infantil desde 1994, com pouco mais de 85% de bebês vacinados. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de cobertura da vacina foi de 99,72% em 2018, caiu para 86,67% no ano seguinte e chegou a 73,38% em 2020, ou seja, uma queda de mais de 26% em um período de dois anos. Como observado na tabela, durante o mesmo período, a situação ocorreu também com a vacina da hepatite B e o rotavírus.
A vacina da poliomielite, que tradicionalmente registra altas dentro da cobertura de vacinação do Brasil, também mostrou queda, com quase 83% das crianças vacinadas, menor índice desde 1997. Alguns imunizantes apresentaram as menores taxas de adesão desde o primeiro ano em que estiveram disponíveis na rede pública: o imunizante contra a meningite C apresentou a pior taxa de cobertura vacinal desde 2011. Também foi registrada a pior cobertura para a vacina pentavalente desde 2013 e para a vacina contra pneumonia, desde 2012.
A pentavalente registrou cobertura de 85,6% no ano passado. A penta, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, alcançou taxa de apenas 69,6%.
Por outro lado, o imunizante contra a hepatite A foi a única das nove principais vacinas que mostrou aumento na adesão entre os anos de 2018 e 2019, porém ainda possui taxa de quase 84%. A tríplice viral também melhorou, entretanto, continua com seu índice de 91,5%. Ou seja, todas estão abaixo do ideal e com quedas ao decorrer dos anos.
Quais as consequências da queda da vacinação infantil?
Apesar dos movimentos antivacina apresentarem grande impacto na queda da vacinação, segundo o Ministério da Saúde, a falta de percepção de risco pela população jovem com relação a doenças erradicadas, que se dá pelo sucesso das antigas campanhas, a dificuldade do acesso aos imunizantes e as falsas notícias veiculadas na Internet sobre “malefícios” das vacinas na saúde também são fatores importantes. Além disso, segundo a Unimed, o horário que as vacinas são dadas é comercial, o que limita o acesso, já que a maioria dos adultos responsáveis pelas crianças trabalham e ficam impossibilitados de levá-las a um posto de vacinação infantil.
Conforme dados apresentados também pelo Ministério da Saúde, as crianças sempre foram o público com as maiores taxas de cobertura de vacinação, já que são mais sensíveis a algumas doenças. Por isso, o que vem acontecendo é motivo de preocupação. Doenças graves como poliomielite e meningite podem voltar ao Brasil, como aconteceu com o sarampo. Quanto menos pessoas tomarem vacina, maior a chance de vírus e outros patógenos ressurgirem, trazendo novas pandemias para o mundo.
Campanha da vacinação
O Brasil possui o maior sistema público de saúde do mundo. Isso acontece pela existência do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende mais de 190 milhões de brasileiros. Segundo o UNASUS, o PNI distribui, anualmente, mais de 300 milhões de doses de vacinas, no Brasil, aplicadas nas mais de 38 mil salas espalhadas pelo país. Apesar disso, nos últimos anos, observa-se que as coberturas vacinais vêm apresentando redução.
Por conta da queda dessa cobertura vacinal, no dia 1º de outubro de 2021, o Ministério da Saúde iniciou o Movimento Vacina Brasil. Essa campanha é de multivacinação, focada em crianças e adolescentes menores de 15 anos, para que todos consigam atualizar suas carteiras de vacinação.
O secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou que a campanha busca evitar que algumas doenças já erradicadas voltem, além de proteger a vida das crianças, que são o futuro do país. Lembrando também que todas as vacinas têm alta eficácia, por isso, a vacinação é de extrema importância.
Algumas das vacinas que estão nos postos da campanha são: BCG, Hepatite A e B, Penta, Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C, VOP, Febre amarela, Tríplice viral, Tetraviral, DTP, Varicela e HPV quadrivalente.
Agora que você já sabe todas as problemáticas que vêm ocorrendo e a importância sobre a vacinação infantil, que tal alertar outras pessoas, principalmente os responsáveis por crianças? Compartilhe o texto do Estratégia MED com os seus colegas e, caso queira ficar por dentro de mais notícias sobre o mundo médico e sobre os processos seletivos de Residência Médica que estão acontecendo, clique aqui e acompanhe todos os textos que o nosso blog prepara para você!
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