5 questões sobre hipertensão arterial sistêmica que já caíram nas provas
Estratégia Med | Foto: Freepik

5 questões sobre hipertensão arterial sistêmica que já caíram nas provas

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um tema de grande relevância entre questões de Cardiologia presentes no bloco de Clínica Médica em provas de residência médica e revalidação, exigindo uma compreensão sólida por parte dos candidatos. Ter familiaridade com os principais conceitos, complicações e fatores de risco da HAS, fisiopatologia, entre outros tópicos é fundamental para alcançar um bom desempenho. Então, para aqueles que querem mandar bem na prova, veja abaixo 5 questões resolvidas para praticar e revisar o tema!

O que é hipertensão arterial sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica que se caracteriza por níveis pressóricos elevados e sustentados que, ao longo de sua evolução, podem causar lesões em órgãos-alvo, como coração, rins e encéfalo. 

Ela se associa ao aumento da morbimortalidade da população e tem alta prevalência entre pessoas com mais de 40 anos, em todo o planeta. Dessa maneira, deve ser acompanhada e tratada de forma cuidadosa pelos pacientes e profissionais de saúde. Após os 60 anos de idade, a prevalência chega a mais de 60% das pessoas. 

Principais causas da hipertensão

A HAS pode ser primária ou secundária. A primária tem causa multifatorial, de maneira que não é possível indicar um único fator para sua causa. Já a secundária pode ser decorrente de diversas causas, tais como estenose de artéria renal e feocromocitoma.

Os principais fatores de risco que podem ser identificados para o desenvolvimento dessa doença é o histórico familiar de hipertensão, idade mais avançada, obesidade e sedentarismo, consumo elevado de sal, de alimentos ultraprocessados e de bebidas alcoólicas, bem como fatores socioeconômicos

Para saber mais sobre hipertensão arterial sistêmica, confira os artigos abaixo:

CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS – CMC (2024)

Emergência hipertensiva pós-operatória (EHPO):

A. É arbitrariamente definida como elevação da PAS > 190 mmHg e/ou PAD > 100 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas durante o período pós-operatório tardio.

B. É arbitrariamente definida como elevação da PAS > 190 mmHg e/ou PAD > 100 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas durante o período pós-operatório imediato.

C. É arbitrariamente definida como elevação da PAS > 180 mmHg e/ou PAD > 100 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas durante o período pós-operatório imediato.

D. É arbitrariamente definida como elevação da PAS > 190 mmHg e/ou PAD > 110 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas durante o período pós-operatório imediato.

Resolução: A hipertensão pós-operatória (HPO) é uma condição específica que difere das emergências ou urgências hipertensivas em ambiente ambulatorial, devido ao contexto cirúrgico. Durante o período imediato após a cirurgia, valores moderadamente elevados da pressão arterial podem exigir tratamento imediato.

A HPO é definida pela elevação da pressão arterial sistólica (PAS) acima de 190 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) acima de 100 mmHg, confirmada em duas leituras consecutivas. Um aumento de 40 a 50 mmHg na PAS ou um incremento de mais de 20% em relação aos valores basais também pode caracterizar essa condição.

As causas da HPO incluem vasoconstrição periférica, liberação de catecolaminas, redução da sensibilidade dos barorreceptores, ativação adrenérgica central, liberação de vasopressina, estimulação do sistema renina-angiotensina e retenção de sódio. Se não tratada, pode aumentar o risco de complicações cardiovasculares graves.

A HPO é comum após certos tipos de cirurgia, como endarterectomia carotídea, cirurgia cardíaca e cirurgia vascular. Além disso, pode ocorrer após correção cirúrgica da coarctação da aorta. É importante diferenciar entre emergência e urgência hipertensiva e investigar causas reversíveis antes de iniciar o tratamento anti-hipertensivo. O objetivo é interromper a lesão vascular e reverter o processo patológico, não necessariamente normalizar a pressão arterial.

Alternativa correta B.

HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS – HRAC USP (2024)

Um paciente hipertenso de 65 anos de idade, com pressão arterial de 160×100 mmHg, comparece ao consultório para consulta de rotina, após grande insistência da filha. Ele é fumante e apresenta histórico de doença arterial coronariana. Qual é a estratégia de tratamento antihipertensivo mais adequada para esse paciente, segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Sistêmica?

A. Monoterapia com um diurético tiazídico ou similar.

B. Monoterapia com um bloqueador do canal de cálcio.

C. Combinação de dois fármacos, um IECA ou BRA associado a um diurético tiazídico ou similar.

D. Combinação de três fármacos, um IECA ou BRA associado a um diurético tiazídico ou similar e a um bloqueador do canal de cálcio.

E. Combinação de quatro fármacos, um IECA ou BRA associado a um diurético tiazídico ou similar, a um bloqueador do canal de cálcio e a um betabloqueador.

Resolução: Fala, estrategista! Questão bastante direta sobre o manejo de pacientes com hipertensão arterial. Devemos nos recordar sempre dos medicamentos de primeira linha no tratamento de hipertensão: 

– Tiazídicos

– Bloqueadores do canal de cálcio

– iECA/BRA

Tendo isso em mente, vamos ao que a diretriz nos fala: 

– HAS estágio 1 e baixo risco cardiovascular: monoterapia 

– HAS estágio 2 ou 3 ou alto risco cardiovascular: dupla terapia com pelo menos fármacos de primeira linha

Só com esse conceito já resolvemos a questão. Alternativa correta C.

INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – IAMSPE (2024)

Um paciente, sexo masculino, 47 anos diabético tipo II, em sua consulta, apresenta M.A.P.A evidenciando hipertensão arterial. Dos medicamentos abaixo, assinale aquele que não interfere no metabolismo glicêmico, reduz a resistência à insulina e o risco de eventos cardiovasculares.

A. Betabloqueador.

B. Furosemida.

C. Inibidor da ECA.

D. Bloqueador de canal de cálcio.

E. Hidroclorotiazida.

Resolução: Estrategista, HAS e Diabetes! Essa é a combinação mais cobrada nas provas! Tecnicamente falando, nos pacientes sem acometimento renal, qualquer medicamento pode ser utilizado. No entanto, como o diabético hipertenso é um paciente de alto risco, teremos que usar SEMPRE duas drogas. Então, vai ser difícil deixar o IECA de fora! Além disso, as provas de residência QUEREM que você saiba que o IECA é uma droga fundamental no paciente com diabetes pois irão reduzir a progressão da doença renal, especialmente no paciente que já possui algum grau de albuminúria. Portanto, viu hipertenso e diabético na mesma questão? Procure o IECA! 

Tanto os IECA como os BRA são drogas eficazes no tratamento da HAS, com redução de morbidade e mortalidade cardiovascular. Em geral, iniciamos o tratamento com o IECA e só trocamos pelo BRA se houver intolerância (principalmente tosse). São medicações com eficácia comprovada em diversas doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e após infarto agudo do miocárdio atuando no remodelamento cardíaco.

Alternativa correta C.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS SP (2024)

Uma mulher de 37 anos de idade possui os seguintes antecedentes pessoais: HAS e LES. Nos controles de enfermagem, apresentava picos hipertensivos de 160×100 mmHg. Após ajuste recente da medicação, a média nos controles passou a ser de 138×87 mmHg, normocárdica. Ela apresentava rash malar e dor articular no momento do exame físico. Mesmo nos momentos de melhora da dor com analgesia, ela sustentava os níveis pressóricos. Ela estava em uso de losartana, anlodipino e hidroclorotiazida. Exames: HB 12,7; leucócitos 5.300; plaquetas 157.000; sódio 132; potássio 5,9; ureia 27; e CR 1,1. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta o procedimento que deverá ser realizado.

A. Trocar losartana por espironolactona

B. Manter losartana e associar espironolactona

C. Trocar losartana por carvedilol

D. Manter losartana e associar hidralazina

E. Trocar losartana por hidralazina

Resolução: Nesse caso clínico, uma mulher hipertensa e com lúpus eritematoso sistêmico estava com picos hipertensivos que foram corrigidos após ajuste das medicações. No momento, ela está em uso de três classes de anti-hipertensivos: BRA (losartana), bloqueador dos canais de cálcio (anlodipino) e diurético tiazídico (hidroclorotiazida). Todos são drogas de primeira linha para o tratamento da hipertensão arterial.

No entanto, os exames laboratoriais mostraram hipercalemia (K 5,9), o que nos obriga a suspender o losartana, pois ele causa retenção de potássio. Para manter o nível pressórico, é necessário adicionar uma outra droga em substituição ao losartana.

Correta a alternativa C: essa é a melhor opção. Trocar a losartana por um betabloqueador.

REVALIDA INEP (2022)

Uma paciente de 62 anos de idade foi encaminhada ao ambulatório de nefrologia de um hospital universitário para ajuste no tratamento anti-hipertensivo, em razão de suposta nefropatia hipertensiva estágio 3. A paciente tem hipertensão arterial sistêmica (HAS) há longa data e faz tratamento com hidroclorotiazida 25 mg/dia e anlodipino 10 mg duas vezes ao dia. Recentemente, seus exames de sangue revelaram pequena retenção de escórias nitrogenadas, sendo o cálculo estimado da taxa de filtração glomerular de 54 ml/min/1,73 m². Exame urinário revelou a presença de microalbuminúria (120 mg/g de creatinina em amostra isolada de urina; valor de referência: até 30 mg/g de creatinina na urina). No exame físico, os níveis tensionais se encontravam em 150 x 90 mmHg no membro superior (MS) direito e em 148 x 92 mmHg no MS esquerdo.

Considerando-se o risco cardiovascular da paciente, os níveis tensionais observados na consulta e a presença de dano renal crônico em estágio 3 (da classificação KDIGO — do inglês Kidney Disease: Improving Global Outcomes), em relação ao esquema terapêutico em curso, a conduta correta seria:

A. Adicionar inibidor da enzima conversora ou bloqueador do receptor de angiotensina II.

B. Trocar a hidroclorotiazida por diurético de alça e aumentar a dose do bloqueador de canal de Cálcio.

C. Iniciar espironolactona e carvedilol.

D. Mantê-lo sem alterações e trabalhar a adesão ao tratamento.

Resolução: Estamos diante de uma paciente portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Doença Renal Crônica (DRC). Até que se prove o contrário, a etiologia do quadro renal é a hipertensão arterial. Sendo assim, seu adequado controle será fundamental para impedir a progressão da disfunção renal.

Ao avaliarmos o estadiamento da DRC dessa mulher, percebemos que ela se enquadra no estado G3aA2 da KDIGO, já que possui uma taxa de filtração glomerular de 54 ml/min/1,73 m² e uma microalbuminúria 120 mg/g. 

Assim, temos uma paciente nefropata, com proteinúria detectável, o que nos obriga a fazer controle intensivo da HAS, com metas abaixo de 130×80 mmHg. O objetivo do controle intensivo da pressão é reduzir a progressão da lesão de órgão alvo e, desse modo, da perda da função renal. 

Para esses pacientes, o ideal é sempre iniciar a terapia combinada, com pelo menos duas drogas, sendo uma delas um fármaco nefroprotetor (IECA ou BRA), que atuará reduzindo a proteinúria que, juntamente com as cifras pressóricas elevadas, é fator ominoso na progressão da DRC para fases terminais.

Alternativa correta A. Em pacientes com doença renal crônica e microalbuminúria, uma das formas mais consagradas de controlar esse fenômeno e, portanto, retardar a progressão da perda da função renal, é empreender nefroproteção usando IECA ou BRA. Essas drogas, ao dilatarem a arteríola eferente dos glomérulos renais, reduzem a pressão de filtração e, com isso, a perda proteica renal. Dessa maneira, como a paciente em questão é uma hipertensa descontrolada, em franca evolução da doença renal, devemos usar IECA ou BRA como uma arma potente capaz de reduzir a velocidade de progressão da perda da função renal, em razão do controle pressórico e da albuminúria.

Prepare-se para as provas com o Estratégia MED

O estudo pelas resoluções de questões é a grande chave para a aprovação e o Estratégia MED não está de fora desse método de aprendizagem. Com o Banco de Questões do Estratégia MED, você poderá aproveitar todos os recursos disponíveis, incluindo mais de mil questões sobre hipertensão arterial sistêmica, além de outras milhares de Clínica Médica, grande parte já com a resolução comentada das alternativas. 

Vem ser coruja! Clique no banner e saiba mais sobre o Banco de Questões do Estratégia MED!

Banco de questões Medicina
Você pode gostar também