Para aqueles que buscam se sair bem nas avaliações de residência médica e revalidação de diplomas em medicina, é essencial compreender mais sobre Transtornos do Humor, um dos temas mais cobrados em Psiquiatria. Entender os principais conceitos de transtornos do humor, incluindo o diagnóstico, características gerais, elementos cruciais no tratamento, prevenção e manutenção da saúde mental, é fundamental para alcançar um desempenho satisfatório. Então, se você quer mandar bem na prova, veja abaixo 5 questões resolvidas para praticar e revisar o tema!
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Conceito de transtornos do humor
Os transtornos do humor representam um grupo de condições psiquiátricas que afetam significativamente como uma pessoa se sente emocionalmente. A depressão e a bipolaridade são dois dos transtornos mais prevalentes e discutidos dessa categoria, mas a amplitude e complexidade dos transtornos do humor vão muito além. Essas condições podem influenciar drasticamente a qualidade de vida de uma pessoa, suas interações sociais, além de seu desempenho no trabalho ou estudos.
Mergulhando mais fundo nessa temática, percebe-se que os transtornos do humor não apresentam uma causa única. Sua etiologia pode estar ligada a fatores genéticos, bioquímicos, ambientais e psicológicos, criando um cenário em que o tratamento e o diagnóstico exigem uma abordagem multidisciplinar. Este domínio da Psiquiatria é palco de intensas investigações científicas, visando entender melhor os mecanismos subjacentes e aprimorar as estratégias de tratamento.
Confira mais informações sobre o tema antes de resolver as questões: Transtornos do Humor: uma abordagem introdutória
SECRETARIA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU – SMS (2024)
Depressão é um dos transtornos mais prevalentes nas pessoas idosas, estando associada, quando não tratada, à maior morbidade e mortalidade. A Escala de Depressão Geriátrica foi desenvolvida por Yesavage em 1983, é um dos instrumentos mais aplicados para rastreamento de depressão entre a população idosa. É considerado um quadro de depressão leve, quando os resultados dessa Escala apresentam os seguintes valores:
A. 01 a 05 pontos.
B. 06 a 10 pontos.
C. 11 a 15 pontos.
D. 16 a 20 pontos.
Resolução: Estrategista, vamos responder esta questão sobre depressão nos idosos.
Lembre-se que nesta população, é comum observarmos quadros atípicos, com queixas mais proeminentes de sintomas ansiosos, dolorosos e cognitivos. Para auxílio diagnóstico, podemos aplicar a escala GDS, através de um questionário que permite o screening de um transtorno depressivo, assim como sua possível estratificação.
Veja abaixo as questões da GDS:
1. Está satisfeito (a) com sua vida? (não =1) (sim = 0)
2. Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? (sim = 1) (não = 0)
3. Sente que a vida está vazia? (sim=1) (não = 0)
4. Aborrece-se com frequência? (sim=1) (não = 0)
5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)
6. Teme que algo ruim possa lhe acontecer? (sim=1) (não = 0)
7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)
8. Sente-se frequentemente desamparado (a)? (sim=1) (não = 0)
9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? (sim=1) (não = 0)
10. Acha que tem mais problemas de memória que a maioria? (sim=1) (não = 0)
11. Acha que é maravilhoso estar vivo agora? (não=1) (sim = 0)
12. Vale a pena viver como vive agora? (não=1) (sim = 0)
13. Sente-se cheio(a) de energia? (não=1) (sim = 0)
14. Acha que sua situação tem solução? (não=1) (sim = 0)
15. Acha que tem muita gente em situação melhor? (sim=1) (não = 0)
Avaliações dos resultados:
Uma pontuação entre 0 e 5 se considera normal
6 a 10 indica depressão leve
11 a 15 depressão severa
Desta forma, resposta letra B.
CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS – CMC (2024)
É mais frequente que a negação aconteça no início do processo de adoecimento, podendo se manifestar no diagnóstico ou nos primeiros estágios da doença. Podemos afirmar como correto que:
A. Pode reaparecer e esmaecer diversas vezes ao longo do tempo, percebida como uma oscilação da consciência e do desejo do paciente em saber sobre o diagnóstico e o prognóstico.
B. Nunca pode reaparecer e esmaecer diversas vezes ao longo do tempo, percebida como uma oscilação da consciência e do desejo do paciente em saber sobre o diagnóstico e o prognóstico.
C. Pode reaparecer e esmaecer diversas vezes ao longo do tempo, mas não percebida como uma oscilação da consciência e do desejo do paciente em saber sobre o diagnóstico e o prognóstico.
D. Pode reaparecer e esmaecer diversas vezes ao longo do tempo, percebida como uma oscilação da consciência e do desejo do paciente em saber sobre o diagnóstico e não sobre o prognóstico.
Resolução: Estrategista, o luto “normal” é muito difícil de ser definido, pois não se trata de uma patologia, sendo uma experiência que se constitui como uma parte indissociável da existência humana. Por isso, sua apresentação pode variar intensamente de indivíduo para indivíduo, ou mesmo, apresentar características, significados, simbolismos e valores diferentes de acordo com a cultura, o contexto, as tradições e a religiosidade de cada sociedade e em cada época.
Com as atualizações dos manuais diagnósticos e a publicação das versões da CID-11 e do DSM-5-TR, pela primeira vez, ocorreu, de forma oficial, a catalogação do que se considera luto patológico. De acordo com o DSM-5-TR, são necessários no mínimo 12 meses de sintomas (ou 6 meses para crianças e adolescentes). Já para a CID-11, após 6 meses de curso, podemos considerar a ocorrência do luto patológico.
Um tema relacionado ao luto são as chamadas “fases do luto”, observe:
Conhecida como “as fases do luto (ou da morte)”, é uma teoria desenvolvida pela psiquiatra suíça Elisabeth Kubler-Ross e compreende 5 fases, não necessariamente sequenciais, inclusive, podendo haver a presença de mais de uma fase ao mesmo tempo:
1- Negação: o paciente nega a existência de um problema e se recusa a falar sobre o tema.
2- Raiva – o paciente se sente injustiçado, tem raiva do mundo.
3- Barganha – nesta fase, o doente tenta “negociar” com Deus, faz promessas caso seja curado.
4- Depressão – sente-se entristecido e impotente.
5- Aceitação – por fim, o paciente aceita seu destino e não nega sua realidade.
Alternativa correta A: As fases do luto não são necessariamente sequenciais, e, inclusive, podem ocorrer diversas ao mesmo tempo ou parcialmente sobrepostas. A negação é uma das fases mais difíceis de se superar, pois, para ultrapassá-la verdadeiramente, é necessário abdicar, em grande parte, da pulsão de vida. Além disso, negar o prognóstico pode significar refutar o diagnóstico, assim como seu oposto. Apesar disso, é impossível negar as consequências de ambos.
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU (2024)
Homem, 77 anos de idade, portador de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2, ansiedade e depressão, está sob tratamento farmacológico com múltiplas medicações, incluindo anti-hipertensivos (losartana e amlodipina) diurético (furosemida), hipoglicemiante orais (glibenclamida, metformina,dapaglifozina), ansiolítico (alprazolan) e antidepressivo (venlafaxina). O paciente mantém boa funcionalidade e cognição mas, durante uma consulta de rotina na Unidade Básica de Saúde, relata fadiga constante, fraqueza muscular, câimbras, dificuldade de deambular, perda de concentração e episódios ocasionais de tontura.
Quanto ao manejo da depressão nesse paciente, que apresenta múltiplas comorbidades, indique a conduta terapêutica mais adequada:
A. Aumentar a dose do antidepressivo atual.
B. Iniciar um antipsicótico atípico.
C. Realizar terapia cognitivo-comportamental (TCC).
D. Prescrever um ansiolítico de ação rápida.
Resolução: Estrategista, estamos diante de um caso da “vida real”: idoso deprimido e com múltiplas comorbidades, em uso atual de polifarmácia, sofrendo, em seu corpo combalido, os inevitáveis efeitos colaterais sinérgicos de diferentes drogas.
Neste cenário, a banca deseja que apontemos uma forma eficaz de tratarmos ou potencializarmos o tratamento dos sintomas depressivos num caso como este, em que o paciente já se encontra em uso de antidepressivo (venlafaxina), mas ainda existem sintomas a serem combatidos, ou ainda, os efeitos colaterais da droga se tornam mais prejudiciais do que benéficos para o usuário.
Alternativa correta C: É possível o manejo de quadros leves/moderados de episódios depressivos com psicoterapias, como a TCC ou a interpessoal.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE GOIÁS – SES GO (2024)
Em quadros depressivos graves, é possível que haja a presença de sintomas psicóticos associados. O tipo de delírio mais provável nesses casos é:
A. Onírico.
B. Catatímico.
C. Alucinatório.
D. Interpretativo.
Resolução: Estrategista, o delírio é uma ideia fruto de um juízo falso, patológico. Portanto, trata-se de uma alteração formal do pensamento. O paciente com uma ideia delirante possui uma convicção extraordinária, certeza irremovível, mesmo após argumentação convincente em sentido oposto. Além disso, a natureza do delírio é impossível ou altamente improvável de ser factível, realizável.
O delírio pode ser considerado primário: é incompreensível, inicia e termina em si mesmo, não há origem, causa ou motivo, mais comum nos transtornos psiquiátricos primários, como esquizofrenia.
E pode ser secundário: é rastreável, influenciado por uma alteração do humor (delírio catatímico) ou da consciência.
Na depressão maior, os delírios costumam ser influenciados pelo afeto (catatímicos) entristecido, e normalmente são congruentes afetivamente, por exemplo, o conteúdo do pensamento se associa com o conteúdo do sofrimento (temas como perda, culpa, ruína, etc).
Alternativa correta B.
REVALIDA – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ – UEPA (2023)
Um técnico de enfermagem de 22 anos de idade foi levado por seu pai à Unidade de Pronto Atendimento. Nas últimas 2 semanas o estudante tem ficado progressivamente com agitação psicomotora, dormindo menos e falando rápido, às vezes difícil de entender. Há três dias começou a falar que descobriu a cura da COVID 19, tendo enviado várias mensagens eletrônicas para diferentes jornais e instituições públicas. Diz agora que aguarda a ligação dos presidentes de vários países para conversar sobre a sua descoberta. Quando questionado por seu pai sobre esses fatos, ficou muito irritado e o agrediu fisicamente. A família diz que o paciente sempre foi estudioso, trabalhador, carinhoso com os pais e é amigo do pai. Aos 20 anos de idade, apresentou quadro depressivo e foi tratado com medicamento, cujo nome os familiares não se recordam. Não há antecedentes familiares mórbidos relevantes. A principal hipótese diagnóstica, neste caso, é:
A. Transtorno Depressivo Maior com sintomas psicóticos.
B. Esquizofrenia Hebefrênica.
C. Transtorno Afetivo Bipolar Tipo II.
D. Esquizofrenia Paranóide.
E. Transtorno Afetivo Bipolar Tipo I.
Resolução: Estrategista, estamos diante de um caso em que um jovem vem apresentando, há 14 dias, sintomas clássicos de mania bipolar: euforia, agitação, pensamentos acelerados, taquilalia, redução da necessidade do sono e grandiosidade/delírios de grandeza.
Desta forma, com esta constatação do quadro maníaco, já temos a confirmação de um quadro bipolar do tipo 1, que requer apenas a história atual ou pregressa de mania.
Atenção! Para o diagnóstico de transtorno bipolar do tipo I, basta o diagnóstico de um episódio de mania durante a vida. Embora sejam frequentes durante o curso da bipolaridade tipo 1, os episódios depressivos não são necessários para o diagnóstico.
Para o diagnóstico de transtorno bipolar do tipo II, é preciso o registro de um episódio de hipomania mais um diagnóstico prévio de depressão (ou hipomania e depois depressão).
Alternativa correta E: Conforme discutimos na introdução, trata-se de um episódio maníaco, definidor do diagnóstico de bipolaridade tipo 1.
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